“Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus.” (Filipenses 4.6)
Não tem sido fácil para nenhum de nós lidar com a vida. Um ano depois do início dos efeitos da pandemia em nosso pais, quando esperávamos que tudo se abrandasse, quando começávamos a celebrar a chegada das vacinas, todo o quadro se agravou e a rotina ficou mais pesada. Agora, mais cansados e mais divididos que antes, vivemos uma grande tensão social. Uma tensão e uma grande incerteza, Situação que alimenta nossa ansiedade.
Todo esse quadro vem somar-se aos desafios que são parte natural de nossas vidas. Nossos problemas familiares, as enfermidades que já estavam instaladas e exigiam nossa atenção, os desafios da economia, a educação dos filhos, o alinhamento das relações conjugais e familiares… a lista pode ser infinita. Pergunto-me se houve um tempo em que a ansiedade não fosse uma importunação na história humana. Paulo, no primeiro século, precisou lidar com a ansiedade.
Os fatores que a alimentam são múltiplos, mas tem um ponto em comum: todos são eficazes em nos deixar ansiosos devido à nossa fragilidade. Devido ao fato de que não temos resposta para tudo, não temos força para tudo, não controlamos tudo, não sabemos o que virá na próxima semana, no próximo dia, na próxima hora. As más notícias nos assustam e a perseverança dos problemas nos desgastam.
Por isso, é mais que bem vinda a orientação do apóstolo. Não precisamos mergulhar nesse labirinto de perguntas sem resposta, de problemas sem solução. Sim, somos fracos. É verdade que não temos respostas para muitas perguntas. É inegável que somos vulneráveis e não temos garantias de como será o daqui há pouco, muito menos o amanhã. Mas temos um Deus cheio de misericórdia, graça e amor. Ele não está distante e podemos conversar com Ele. Podemos orar. Podemos lamentar, podemos reclamar, pedir. Podemos nutrir esperança – podemos “esperançar”, como dizem alguns. Você tem feito isso? Se não, faça. Se tem feito, continue a fazer.
Ore por si mesmo e ore por outros. Partilhe sua necessidade com outros para que orem por você.
É muito bom ter alguém orando por nós. Fale com Deus mesmo sentindo-se sem fé. Mesmo sentindo-se sem ânimo. Sempre comece seu dia dedicando um tempo a estar com Ele em oração. Repasse com Deus a sua agenda, seus problemas, seus desafios. E peça sabedoria. Fale de suas apreensões e angústias e peça ajuda.
Veja que Paulo nos recomenda também “ação de graças” para esse diálogo com Deus. Agradecer é uma expressão de confiança. Não porque tenhamos a garantia de que Ele fará o que estamos pedindo, mas porque temos a certeza de que Ele está nos ouvindo. Nos versos seguintes Paulo afirma que, fazendo isso, desfrutaremos paz. Uma paz de natureza divina. E assim, apesar das condições que sustentam e alimentam a ansiedade, já não seremos vítimas de seu poder. Não apenas veremos os problemas. Veremos a Deus.
Coloque mais oração em seu dia. Responda aos desafios e problemas com oração. Em lugar de apressar-se para reagir, apresse-se para orar. Acalme-se diante de Deus e confie em Seu amor. Há muita paz em Deus. Paz inesgotável. Paz bastante para esse nosso mundo ansioso e apreensivo. Ore, entregue tudo a Deus, e esteja em paz.