Um outro evangelho (1)

“Admiro-me de que vocês estejam abandonando tão rapidamente aquele que os chamou pela graça de Cristo, para seguirem outro evangelho que, na realidade, não é o evangelho.” (Gálatas 1.6)

O Evangelho de Jesus Cristo é tudo que precisamos para existir neste mundo e dele partir em paz. Pelo poder do Evangelho de Cristo podemos viver uma história acima de nossas limitações. Podemos vencer pecados e tragédias. Podemos viver de forma livre. Sejam maus hábitos, vícios ou maldições, tudo é superado pelo amor de Deus. O Evangelho de Jesus Cristo é o próprio Jesus Cristo e sua obra redentora. Mas o Evangelho de Jesus Cristo não está sozinho na história. Desde o começo, nunca esteve. Há um outro evangelho. Sutil, mas completamente diferente. Neste outro evangelho o segredo da vida está no que o ser humano faz para Deus e não no que Deus fez pelo ser humano. A graça não é bastante e nada está de fato consumado. O amor não é o mais importante, e sim o ego.

Nesta questão, como as aparências enganam! O mesmo Cristo, a mesma Bíblia, mas em lugar de alimentar a fé cristã, esse outro evangelho constrói e fortalece a fé religiosa. Nos tornamos reféns de formas, ritos e fórmulas. Se orarmos mais, seremos mais poderosos. Se pecarmos menos, seremos mais abençoados. Se cumprirmos as regras, somos melhores que os demais. Ficamos desviados da leveza de pecar menos e obedecer mais por pura alegria de desfrutar o amor de Deus. Queremos alcançar Deus, esquecidos de que é o contrário: Ele é quem nos alcança! Nele precisamos estar atentos para merecer, em lugar de fortalecidos pela gratidão por bênçãos imerecidas. Um evangelho que não amolece o coração nem suaviza a alma.

Esse outro evangelho explica tantas igrejas e tão pouca graça pelas ruas da cidade. Tanta rigidez religiosa pretendendo compensar a falta de pureza no coração. Esse outro evangelho envergonha o Evangelho, confunde o crente e o descrente, misturando a fé com falta de caráter e prometendo bênçãos dos céus como forma de ajuntar tesouros na terra. Ele tem várias versões. E, em comum a todas, a inversão de lugar entre Deus e o ser humano, produzindo mais orgulho que humildade, mais mérito que gratidão, mais presunção que temor. Nele as pessoas são menos humanas e chamam isso de espiritualidade. Que evangelho tem guiado sua vida? O grande perigo é que, como os gálatas, podemos começar pelo Evangelho e terminar no evangelho!

 

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