“O amor nunca perece; mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará. Pois em parte conhecemos e em parte profetizamos; quando, porém, vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá.” (1 Coríntios 13.8-10)
Chegará o dia em que tudo será esclarecido. Nossas posições divergentes sobre Deus, sobre a vida, sobre Jesus, sobre pecado, justiça e juízo… tudo será esclarecido. Por agora vamos caminhando e fazendo escolhas de fé. Há quem pense que firmeza na fé é não ter dúvida alguma, é não reconsiderar coisa alguma, é guardar para sempre tudo que recebeu de ontem como se o hoje nenhuma nova pergunta trouxesse. Como se a antiguidade de um pensamento fosse a prova de sua assertividade. Mas andar com Deus é poder ver, sentir, pensar e entender, sempre e sempre, cada vez melhor.
Não é que tudo tem que ser mudado, mas há muito a ser mudado, assim como há o que jamais poderá ser alterado. Jesus, a Palavra, o Verbo de Deus, não muda. Nossa liturgia de ontem pode não ser a de hoje. Nosso modo de falar de ontem pode ser inadequado para hoje. Mas há algo que permanece: nosso dever de amar e servir. Nunca torna-se obsoleto ou desnecessário. Amar e servir são virtudes que superam todos os vícios, nos transformam e santificam. O amor é o elo perfeito e nos ajudar a deixar para trás tudo que é imperfeito. Ele nos leva a servir, e servir é o último degrau da santidade. O três vezes Santo do Apocalipse se fez Servo. Nossas doutrinas são imperfeitas. Nossas liturgias são imperfeitas. Nossas regras e normas são imperfeitas. Nossa justiça é injusta e parcial. Nosso juízo, tantas vezes, um lamentável equívoco. Precisamos aprender a amar e pelo amor aperfeiçoar, melhorar, amadurecer e desentortar as muitas coisas que já perderam a leveza, a santidade e a graça, mas que tantas vezes valorizamos tanto!
Dizem que o amor é cego. Mas cego é quem não ama. Quem não ama, nem mesmo sabe o valor que tem. Quem ama encontra vida e vive nos braços de Deus, pois Deus é amor. Quem ama se esforça para melhorar e mudar a si mesmo, para poder amar melhor. Quem não sabe amar ocupa-se de julgar e de querer endireitar o outro. Tenta fazer pela foça e pela rejeição o que somente o amor e o acolhimento gracioso podem fazer: mudar pessoas. O Todo Poderoso escolheu nos amar, em lugar de se impor a nós. Quando aprenderemos Sua pedagogia?! Ela não é uma estratégia. Ela é Sua natureza. Até que amar seja nossa natureza, continuaremos cegos. Veremos menos do que precisamos. Que o amor abra nossos olhos. Só assim seremos livres de errar o caminho, em meio aos muitos caminhos de nossa religiosidade.