“O estadista deve trazer o coração na cabeça”. John Kennedy (1917- 1963)
Até quando efetivas mudanças poderão ser alcançadas, na administração da coisa pública, em quaisquer dos vários setores da nacionalidade, ao se adotarem apenas iniciativas sabidamente eivadas muito mais de ideologias voluntariosas do que dos meios de ação político-gerencial que possam traduzir bem-estar e prosperidade coletiva de longo prazo, em contraposição ao que até então se visualizava no cenário brasileiro, na perspectiva concebida de governo progressista e social?
Veja-se o discurso de inclusão das causas populares ou do equacionamento da face irresponsável e odienta caracterizada pela marginalidade de milhões sem renda própria que não lhes permite desfrutar dos bens nacionais; dos órfãos da educação, saúde, do desemprego que sepulta a dignidade.
Ele apregoa que é preciso reverter os problemas existentes segundo a ótica de justiça social, sem, contudo, indicar plenamente a adequada metodologia. Em princípio, tudo bem e nada contra, que se faça um Brasil com mais cidadania e menos desigualdade e, desejavelmente, para todos ou o maior número possível!
No entanto não basta o voluntarismo sectário aliado a discurso extremado (e superado!) de esquerda versus direita. A luta contra a pobreza requer algo mais que ponderações de viés exclusivo ideológico; que se tragam à luz e à indispensável discussão questões as mais diversas e prementes, de um país com gigantescas realidades locais e regionais tão díspares – numa economia ainda emergente, por vezes, cambaleante -, o que resulta em desafios enormes a serem superados.
Como propor o melhor, definir prioridades, otimizar meios e indicar objetivos e metas os mais apropriados, mesmo numa realidade tão complexa e carente? Os caminhos do humanismo não são percorridos, apenas, por inspirações intelectuais no sentido de defender a importância e a dignidade das pessoas, elevando-as no contexto em que vivem, mas, e sobretudo, ajustando-as às questões da realidade existente e vice-versa!
O populismo não parece medida ajustada às boas práticas de desenvolvimento social pretendido – numa desejável perspectiva de ações republicanas indicadas para o bem comum-, ao se sonegarem a lógica e a razão no planejamento, visto que entendidas como indutoras de processos criativos e aceitos universalmente.
Substitua-se a retórica dos discursos, muitas vezes plena de demagogia, pelo apelo à razão, afinal a realidade demonstra que há muito a ser feito em consequência das análises e avaliações dos indicadores sociais, mas, igualmente, pelos vários fatores econômicos que se traduzem na riqueza nacional, nas oportunidades de trabalho, na produção de bens e serviços, como ocorrem em nações desenvolvidas.
Reflita-se, pois,a fim de superar-se a mesmice!