Áudios inéditos descrevem tortura. As pessoas torturadas podiam suspirar sobre a lúgubre confissão dada, após torturas atrozes, e o torturador podia rir como o mais viril dos homens, que faz desdém da vítima em tortura. A vítima devia pensar “sinta a minha dor ou menospreze-me, eu confesso, pois essa é a verdade maior, mesmo que está verdade seja uma mentira, só para agradar o regime. Por um instante, me pergunto como seriam as coisas se estas vítimas da tortura não fosse torturados? Não se afogariam nas profundezas infinitas de mortes, de desaparecimentos inexplicáveis.
Se não estivéssem num porão escuro e sim num bar em algum lugar. “São coisas que acontecem “diria o torturador. E pela primeira vez na vida, a vítima, que sempre vivera no mundo de explicações racionais, sento torturada entrou no mundo do horror. Afinal de contas, sempre que os torturadores tinham um “motivo” para torturar ele era devastador.
Estes porões da tortura cheiravam fortemente a urina e lembram também outra coisa que demoro um instante para descobrir, mas que acabo lembrando medo, sangue e violência através de ampla gama do regime. A vítima sendo torturada fica em uma espécie de estupor.