“De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus levantou-se, saiu de casa e foi para um lugar deserto, onde ficou orando.” (Marcos 1.35)
Encontramos nos Evangelhos vários textos que nos informam sobre a prática da oração por Jesus. Ele tinha o hábito de afastar-se de todos, inclusive de seus discípulos, e buscar um lugar em que pudesse ficar sozinho para dedicar-se à oração. Ele orava ao final do dia (Mt 14.22-23) e também levantava-se de madrugada para orar, como lemos no texto de hoje. Esses relatos sempre levaram-me a considerar se, de fato, compreendo a oração e sua importância para minha vida. Devo admitir que ainda não compreendo. Devo admitir que ainda ignoro o quanto preciso orar e, bem certamente, como devo orar. Mas sei que só avançarei orando, fazendo da oração uma prioridade em minha vida. É orando que aprenderei a orar e conhecerei os mistérios da oração. A prática de Jesus na oração leva-me a compreender que orar não é uma necessidade quando me sinto fraco ou incapaz, mas algo que deve fazer parte de minha vida.
Jesus não era frágil como sou. Ele jamais pecou e conhecia o coração e a intenção de todos. Jesus não se enganava com as aparências, não se surpreendia ou se decepcionava com as pessoas. Diante da forme da multidão, multiplicou pães e peixes. Diante do medo dos discípulos acalmou o mar. Diante da dor de sofredores e enlutados curou enfermos e ressuscitou mortos. Sendo o Filho de Deus, o Deus Conosco, buscava intencionalmente o tempo necessário para dedicar-se à oração. As multidões estavam sempre pedindo sua atenção e favores, mas Ele não abria mão de afastar-se de todos para orar. Ele veio salvar o mundo – alguém na história cumpriu missão tão importante? – mas não se deixou assoberbar ao ponto de não ter tempo para orar. Que justificativas temos para adiar a oração em nossa vida? Por que oramos apenas “quando necessitamos”? Por que oramos tão pouco?
Não sei o quanto você orou este ano, mas precisamos orar mais. Orar como uma forma de ficar com Deus e nos envolver com Sua presença. Orar arrependidos e admitindo nossos pecados para sermos perdoados. Orar sendo gratos e em suplica por nós mesmos e por outros. Orar sem cessar, como orientou Paulo (1 Ts 5.17) . Orar e vigiar, como disse Jesus (Mt 26.41). Orar de olhos fechados ou abertos, não importa, mas orar para vermos a vida de uma forma nova e agradável a Deus. Orar para vivermos como cristãos de verdade e não apenas como religiosos frios e sem coração. Orar para resistir ao mal e nos apegar ao bem, para vencer o mal com o bem (Rm 12.21). Devemos honrar a Deus com nossa vida e bens, mas não faremos isso se não orarmos por isso. Orar para que, em meio a uma multidão conformada a uma vida desconforme com Deus, possamos ser transformados em nosso modo de pensar e experimentar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12.1-2). Para tudo isso é preciso orar. Que tempo você dedicará à oração de hoje em diante?