Tempestade

Tempestade

O céu está sempre em movimento, mas nunca some e, aconteça o que acontecer, ele está sempre conosco, no entanto, as nuvens são passageiras.

Nestes momentos assistimos amplas massas de brasileiros morrerem. Para nós, parece uma nuvem de tempestade com uma grande parte da cultura morrendo, tais como: Naomi Munakata que foi regente do Coral Paulista, Almir Blanc, cantor e compositor, o escritor Sérgio Santana, Carlos José, cantor e seresteiro, Daisy Lucidi, atriz de novela, e tantos outros. Grande parte da memória do passado morreu.

É como se o céu ficasse parado sem luz e triste… Mas na terra a vida continua, não sendo mais a mesma. Muitas casas estão melancólicas, existe ansiedade na implantação imediata da vacina e volta ao “normal”. Neste momento da flexibilização, muitos revelam seu egoísmo de colocar o prazer imediato a frente do bem coletivo.

Divido os momentos até aqui em três fases, na primeira, tudo era inédito e acima de nossa capacidade de entendimento, a segunda foi a rotina que passou a se tornar cansativa e repetitiva, com falta de variação de estímulos e sensação de prisão doméstica, em que o final de semana se emendava com a semana, e a terceira, está que estamos vivendo, a da fadiga, os recursos acabaram, e muitos não aguentam mais e por isto tantos atos de transgressão, mas a vida é absolutamente imprevisível. A feia frieza do fim pode chegar com surpresa seguida de gemidos e soluços sem a despedida com velório.

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