Teixeira e Caravelas também têm infestação de mariposas

‘Invasão’ começou há 40 dias em Itamaraju e Prado e agora se espalha.

Segundo Ibama, secretarias municipais precisam fazer contato formal.

Além da “invasão” nas cidades de Prado e Itamaraju, uma infestação de mariposas também tem afetado as cidades de Caravelas e Teixeira de Freitas, ambas na região extremo sul da Bahia. Segundo informações de Célio Pinto, superintendente do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Ibama), a única secretaria que fez contato até o momento foi a de Teixeira de Freitas. O superintendente ainda alerta que prefeituras entrem em contato para formalizar situação.

Segundo informações de Fábio Negrão, secretário de Meio Ambiente de Caravelas, a ocorrência da praga na cidade teve início há cinco dias. “Está em praças, postes, igrejas e muros estão cheios. A incidência delas [mariposas] está, principalmente na Rua 7 de Setembro e Centro Histórico da cidade”, informou o secretário.

Negrão ainda antecipou que uma reunião será realizada na tarde desta quinta-feira com a Vigilância Sanitária, Secretaria de Saúde e Secretaria de Obras e Limpeza Pública para fazer uma discussão e saber quais medidas serão tomadas para o combate da praga.

“Medidas serão tomadas após diagnóstico da cadeia alimentar. Estamos com suspeitas de que a supressão da vegetação para plantios de outras culturas e pastagens em larga escala pode estar diminuindo a oferta de alimentos e a quantidade de predadores naturais que fazem com que a praga migre para a cidade”, detalhou.

Em Teixeira de Freitas, Arnaldo Ribeiro, secretário de Meio Ambiente informa que a infestação começou há cerca de 15 dias. Uma reunião foi realizada e conforme Ribeiro, foi constatado que é uma praga de lavoura. “Entramos em contato com Ibama. Eles enviaram técnicos para dar treinamento de combate da praga através de armadilhas feitas com melaço de cana e oléo diesel”, diz.

O combate teve início na noite de quarta-feira e seguirá até sexta-feira. “Pretendemos combater totalmente a praga, apesar de ser um desequilíbrio ambiental. Um estudo vai ser feito para descobrirmos qual a espécie dessa mariposa”, finalizou Arnaldo Ribeiro. Os focos do inseto estão concentrados no estádio municipal da cidade, onde existe uma incidência maior de luz.

Itamaraju

Menos de dois meses depois de ‘invadir’ a cidade de Prado, a infestação de mariposas tem deixado intrigadas as autoridades da cidade de Itamaraju, localizada na mesma região. Em determinados locais, a concentração dos insetos é tanta, que chega a cobrir o chão. Além dos gastos para conter a proliferação dos bichos, ainda não se sabe o motivo para a invasão repentina.

Gilma Teixeira, secretária de Saúde da cidade, contou à reportagem que as mariposas começaram a aparecer há cerca de 40 dias. “Elas começaram em alguns pontos específicos, principalmente onde há luzes fluorescentes”.

Ela disse que a administração municipal fez a borrifação de veneno e limpeza dos muros dos imóveis, conseguindo conter as mariposas, mas que elas voltaram. “Além do veneno, mandamos lavar todas as paredes de prédios públicos. Pedimos que os donos de imóveis particulares fizessem o mesmo. Mas há uns quatro ou cinco dias, as mariposas voltaram com tudo.

Por conta da infestação, a secretária conta que a população está preocupada com possíveis transmissões de doenças. “Nós já informamos que não há risco de doenças, a não ser reações alérgicas pontuais para algumas pessoas”, diz Gilma. “Entretanto a sujeira incomoda. A parede fica toda preta com as larvas das mariposas”, acrescenta.

Com relação às causas da infestação, a secretária afirma ainda não haver uma explicação. “Algumas pessoas têm dito que é desequilíbrio ambiental, outras dizem que é por causa de medicamento que jogaram nos eucaliptos, mas ainda não sabemos as causas de fato”, afirma. Gilma ainda destaca que será realizada uma nova borrifação de veneno e limpeza dos locais onde há grande concentração das mariposas.

Prado

Em Prado, a infestação começou no fim de julho. De acordo com a secretária de Meio Ambiente do município, Benedita Barreto, nunca tinha acontecido algo do ripo em Prado. “São tantas mariposas que elas chegam a atrapalhar alguns comerciantes da cidade”, relatou a secretária na época.

A escola municipal Perolina Mascarenhas precisou passar por dedetização e, por conta disso, as aulas foram canceladas. Outra instituição ficou dois dias sem funcionar por causa das lagartas. “Isso aí tomou uma proporção enorme, a ponto da gente realmente suspender as aulas e tomar as devidas providências, que foi chamar a vigilância sanitária”, disse a coordenadora pedagógica Mariscléia Couto.

Segundo a secretaria de Meio Ambiente de Prado, as mariposas surgiram por causa de um desequilíbrio ecológico que ainda está sendo estudado. Uma das possíveis causas é a monocultura do eucalipto na região.

Mas as empresas de papel e celulose que atuam na área afirmam que o combate às lagartas pardas é realizado com a orientação de órgãos competentes, como a Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab). O produto usado no combate é biológico, não prejudica a saúde humana e não afeta a biodiversidade.

G1

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