Petrina Nunes/O Sollo
Na semana de manifestações em todo o país dos professores da rede pública de ensino, os professores de Teixeira de Freitas, no segundo dia de protesto, foram reivindicar durante a sessão ordinária da Câmara de Vereadores, na manhã desta terça-feira, 16 de março, seguido de uma ocupação do prédio para a realização de assembleias e reunião com o secretário de educação, Ariosvaldo Alves Gomes.
De acordo com uma das representantes do Sindicato dos Profissionais em Educação (APLB), a professora Tânia Magaly Abdias Cruz, aproximadamente, 800 pessoas participaram da manifestação dentro da Câmara.
Ela colocou que não é novidade para ninguém a situação da educação no país, “os problemas da educação são conhecidos por todos”, mesmo assim se faz necessário mostrar o que ocorre. A professora disse que nenhum vereador procurou o sindicato para saber o que acontece nas salas de aula, “a sede da APLB sempre esteve aberta para quem quisesse ir lá saber sobre os problemas educacionais do município, a gente fica muito triste, pois as falas são sempre as mesmas e a gente já está vendo que não chegará a lugar nenhum”, disse sobre os discursos dos edis durante a sessão.
Sobre a continuação da manifestação, ela colocou que amanhã (17) haverá aula pública na Praça da Bíblia e os professores sairão pelos bairros com carros de som denunciando a situação das escolas da cidade.
“Tudo indica que, no município de Teixeira de Freitas, a manifestação não irá parar na quinta-feira, infelizmente, eles [políticos] estão nos obrigando a enveredar por um movimento por tempo indeterminado, por conta da falta de seriedade que o gestor do município tem com a educação”, disse a professora.
Sobre a retirada dos professores que estavam na direção das escolas, e terminaria o mandato em abril, para colocar os cargos de confiança escolhidos pela administração pública, o sindicato entende que seja “uma falta de respeito, pois o prefeito revogou o decreto das eleições, tirou as diretoras eleitas democraticamente e colocou dentro das escolas, em alguns casos, cabos eleitorais que serão pagos com nossos impostos para fazer campanha para a reeleição dele”. Tânia ainda afirmou que alguns vereadores também chegaram a indicar cargos de confiança.
A equipe do O Sollo entrou em contato com a Secretaria de Educação e o secretário estava em reunião com os professores que participam da manifestação e não pode atender. Falamos com a diretora pedagógica, professora Eliene Costa dos Santos, que nos explicou que a Secretaria apenas cumpriu uma determinação do Supremo Tribunal Federal que exige que os diretores das escolas municipais sejam nomeados, ou seja, sejam cargos de confiança e não mais eleitos.
Ela ainda disse que as últimas eleições ocorreram no ano de 2013, e os diretores teriam o mandato vencido no mês de abril desse ano, mas o prazo de determinação do STF termina antes. “Apesar disso, houve poucas mudanças nos cargos da direção, sendo que mais de 70% dos professores que já estavam continuaram”, disse Eliene.
Sobre o salário dos professores, segundo Eliene, que trabalha 20 horas, tem o salário base de R$ 1.112,47 (mil cento de doze reais e quarenta e sete centavos) mais 30% de estímulo a docência e 30% se for educação infantil, acrescentando ainda mais 30% por atividade pedagógica supervisionada. A diretora pedagógica disse que “não é a realidade do município a necessidade de greve, pois todos os professores recebem acima do piso nacional”.