Taurino Araújo: poeta do direito e da vida

Taurino Araújo: poeta do direito e da vida
Por Efigênia Oliveira *

Itabuna, 17 de junho de 2019. Auditório do Colégio Sesquicentenário – CISO lotado de jovens ansiosos para ouvi-lo naquela Sessão Especial da Câmara de Vereadores comemorativa do Cinquentenário de Taurino Araújo, debate sobre a sua Hermenêutica da Desigualdade e reflexos na Universidade e Ensino Públicos e Gratuitos, presença de professores e representantes da OAB, da UFSBA, da Defensoria Pública, do NRE5 e de outros segmentos sociais. A significativa homenagem a Taurino Araújo é mais uma na coleção de quem — incluindo Jorge Amado —  é um dos sete detentores da Comenda de Cidadão Benemérito da Liberdade e da Justiça Social João Mangabeira (CBJM, 2013), maior honraria do Estado.

Ouvir Taurino Araújo é ser acalentado e despertar para a holística de que “tudo está em tudo” através dessa voz que conquistou natural autoridade em sua nota poético/literária ao demonstrar com imagens grávidas  que as ramas se interpassam e alimentam de oxigênio para fazer florescer os novos botões e possibilidades a que se refere Agenor Sampaio Neto, posfácio 10.2: [Taurino] é o  polímata (erudito que se dedica em casa a muitas ou, pelo menos, diversas disciplinas intelectuais).

Originário de Jequié, egresso do curso de Direito da UESC, 1993, e protagonista de um tempo em que a luta no Sul da Bahia era para transformar a Federação de Escolas Superiores de Ilhéus e Itabuna – FESPI em universidade pública, gratuita e de qualidade, Taurino obteve êxito após intenso desgaste, mística de poeta e de herói. Talvez por isso, ler a sua Hermenêutica da Desigualdade: uma Introdução às Ciências Jurídicas e também Sociais é dar de cara não apenas com quem acredita no que diz desde o discurso de formatura “Por um caminho juncado de flores […]”, certamente inspirado na florada que ladeia a estrada que leva à Universidade Estadual de Santa Cruz, mas descortinar um leque de interpretação e conhecimentos que articula encontros inusitados e dialoga com possibilidades latentes nessas tantas diferenças: ação através da palavra certa, lapidada com beleza, força e a sabedoria de quem aposta no fazer coletivo. Toque de arte na produção de sentidos relevantes para tanta gente, usos em prol da poética do “direito a uma vida feliz”: a tese de Taurino Araújo, CBJM é resultado de longa experiência de ensino e pesquisa do autor nas áreas de Ensino Jurídico, Religação de Saberes, Teoria Geral do Direito, Transpessoalidade, Pensamento Sistêmico, Criminologia, História, Filosofia, Antropologia Jurídica, Ética na Comunicação e Campos Interdisciplinares.  É por aí que transita a poética das diferenças, essa ode bonita que é a hermenêutica da desigualdade.

    • Efigênia Oliveira é professora da rede Estadual de Ensino, Licenciada em Letras [email protected]

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