Com festejada crítica literária de Taurino Araújo, Eduardo Boaventura lançou dia 6 de junho, no Hall Central da Biblioteca Julieta Carteado, da UEFS, o livro de poesias Alameda dos Encantos (Obra Reunida).
Na mesma data, o Colegiado de Direito coordenado pela professora Márcia Misi apresentou o Seminário Entre o logos e o mito: Taurino Araújo, a Hermenêutica da Desigualdade, a estética e a potência da palavra na arte de formular um pedido, com a mediação dos professores Heber Uzun, o decano José Lima, Agenor Sampaio Neto e do diretor do DCIS (Departamento de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Feira de Santana), Helio Ponce.
O evento, gratuito e aberto às comunidades universitária de todos os cursos e feirense, teve o propósito de estimular a aproximação do direito com a arte. VEJA NA ÍNTEGRA O TEXTO DE TRABALHO DO EVENTO AQUI. POÉTICA NA HERMENÊUTICA DA DESIGUALDADE DE TAURINO ARAÚJO
Para o pensador Taurino Araújo, a arte de formular um pedido que antes de ser um tema jurídico é um tema da própria manifestação do desejo, do sentido e do propósito: “na vida tudo deve ter sentido e propósito. Nada sem sentido propósito se sustenta ao longo do tempo”.
“A relevância desse tema a relevância do tema proposto por Taurino Araújo tem muito a ver com poética contida em Alameda dos Encantos de Eduardo Boaventura. Na lógica da Interrogações de Taurino Araújo a introdução é o sentido da proposição discursiva e a conclusão deve revelar um propósito claro. A poesia de Eduardo Boaventura, misto de filosofia é produzida para demarcar o existencial e o histórico”, lembra o sociólogo Zéu Barbosa.
Integrante do curso de Direito da UEFS desde a sua concepção, o professor Heber Uzun reforça que a Noite Ciência & Arte realizada ontem na UEFS foi “um momento alto de reconexão com a criação poética, a explicação filosófica e as práticas jurídicas e de vida, o que vai ao encontro da essência do próprio curso de direito da UEFS. Sair dessa caixa de contexto da legislação e da aplicação dessa legislação desligada da realidade, trazer a filosofia e a poética para discutir essa temática significa voltar ao nascedouro das coisas e a explicação do nascedouro das coisas para podermos compreender a realidade e fazermos intervenções acertadas. Eu acompanho o curso de direito dessa universidade desde o seu início, então isso reforça essa intenção de expandir os horizontes jurídicos para além da legislação”, conclui.
Através de um depoimento muito emocionado e emocionante, o decano do Curso de Direito, professor José Lima, tomou como pretexto o comentário contábil de Taurino Araújo sobre ser “o passivo a origem de todos investimentos, que começam com um débito”. O decano falou sobre o sonho de fazer de direito e as dificuldades interpostas em seu caminho, o curso de Contabilidade, a vitória no Concurso de Auditor e, finalmente, a saga que o teria levado a comandar a criação do Curso de Direito da UEFS, um antigo sonho de toda a comunidade e região.
Para o Doutor em Heidegger pela Universidade Federal da Bahia, Eduardo Boaventura, “o lançamento do livro Alameda dos encantos é a resultante de anos de produção poética. Eu lancei meu primeiro livro de poesia em 2012. Palavra e Memória eu lancei na Bienal do Livro 2022 e esse ano estou lançando Alameda dos encantos, que traz também uma obra de poesia inédita. O Mirante do Tempo. Então são três livros em um”.
Pretexto teórico: Dona Porre e seus alambiques de vento, o personagem-ensaio de Taurino Araújo
Personagem seminal de Cervantes, Dom Quixote inspirou personagem-ensaio de Taurino Araújo especialmente elaborado como pretexto para a discussão científica realizada ontem, para melhor compreender o Seminário Entre o logos e o mito: Taurino Araújo, a Hermenêutica da Desigualdade, a estética e a potência da palavra na arte de formular um pedido, bastante comentado nos meios de comunicação.
Dona Porre e seus alambiques de vento
Taurino Araújo, advogado, escritor, professor Doutor em Ciências Jurídicas e Sociais, lifementoring consultant. academico@taurinoaraujo.com. Sócio Efetivo do Trissecular Instituto dos Advogados da Bahia – IAB-BA e da Associação Bahiana de Imprensa (ABI).
Noite ciência e arte na UEFS. Dia 6 de junho, 19h, o filósofo, professor e poeta Eduardo Boaventura lançará o livro de poesias Alameda dos Encantos (obra reunida). Quarteto: 2023, 188 p., em relação ao qual produzi festejada crítica literária.
Conhecimento, direcionamento, apoio e provocações filosóficas para formular melhor um pedido, inclusive tendo em vista total responsabilidade nesse processo, ou seja: “a habilidade de resposta” a si e ao outro.
Na mesma data, sob mediação dos professores Heber Uzun e Agenor Sampaio Neto, o Colegiado de Direito da UEFS coordenado pela professora Márcia Misi, apresentará o Seminário Entre o logos e o mito: Taurino Araújo e a Hermenêutica da Desigualdade, a estética e a potência da palavra na arte de formular um pedido.
Apelarei ao Dom Quixote, de Cervantes, e aos divertidíssimos Cincuenta caracteres (el testigo oidor), de Elias Canetti, que, infelizmente apequenam o fantasma ou a caricatura do postulante incauto, estigma de quem não sabe ou não quer reconhecer que “o fato deve ser verificado em função da norma que o regula e, por outro lado, a norma deve ser individualizada e interpretada em função do fato que a regula”, postula Gleydson Kleber Lopes de Oliveira.
Integrará as minhas reflexões o direito de escrita e de fala, a “multiplicidade de dimensões do estranho, que nos retira da conformidade com o familiar”, mas nos ancora na realidade, conforme acertada conclusão de Nadja Hermann.
Já a caricatura de Dona Porre guardaria semelhanças com a Furiadomada de Alaor Passos em seu festejado 27 caracteres, o eneagrama em nuances, p. 55: “parece mansa e delicada, mas por dentro ferve desaprovação”, sempre à cata de bêbedos, babacas e barbeiros imaginários.
É assim que se faz! Não é assim que se faz, não! Subvocaliza Dona Porre antes de postular absurdos sem autocrítica, que nunca e jamais se sustentariam perante o auditório universal de Perelman, composto de vozes as mais autorizadas e diversas.
“No terreno da caracterologia não há como fazer literatura sem também fazer psicologia”, arremata Alaor Passos. Logo, nossa madrinha “[e]sfrega-a com esmero, e não raro até sangrar. É para o ‘bem da pobre criança que, quando crescer, certamente lhe agradecerá”.
Qual Dom Quixote, a questão espaço-temporal levantada por Dona Porre é meramente cerebrina. Ela precisa se dar conta da real (im)pertinência de tantas queixas sem bafômetro, que empaca, em vez do vento, na sólida estrutura de um bastião.
É hora unir as diferenças nessa súplica potente por um mundo mais justo. Aliás, a contestar a aversão de Dona Porre, há uma ética e uma estética da alteridade (pulsante, em ação e, sobretudo, real!), repleta de méritos, au-delà de seu nicho.
Personagem seminal
Sabe-se que, na história do romance moderno, o papel de Dom Quixote é reconhecido como seminal. A evidência disso pode ser vista em Daniel Defoe, em Henry Fielding, em Tobias Smollett e Laurence Sterne e, também, em personagens criadas por alguns romancistas clássicos do século XIX, como é o caso de Walter Scott, de Charles Dickens, de Gustave Flaubert, de Benito Pérez Galdós, de Herman Melville e de Fiódor Dostoiévski.
O mesmo acontece no caso de alguns autores pós-realistas do século XX, como James Joyce e Jorge Luis Borges. Dom Quixote provou ser uma notável fonte de inspiração para os criadores em outros campos artísticos. Desde o século XVII que se têm realizado peças de teatro, óperas, composições musicais e bailados baseados no Dom Quixote. No século XX, o cinema, a televisão e os cartoons inspiraram-se igualmente nesta obra. Dom Quixote inspirou ainda artistas como William Hogarth, Francisco Goya, Honoré Daumier, Gustave Doré, Vasco Prado, Pablo Picasso e Candido Portinari. Fonte Dom Quixote – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)
Homenagem aos cem anos do ministro Washington Trindade
Por ocasião da Noite Ciência & Arte na UEFS, a mesa organizadora do evento homenageou o ministro Washington Luiz da Trindade (Salvador, 14 de julho de 1923 — 2 de janeiro de 2014) que completaria centenário de nascimento este ano.
Washington Trindade foi um importante jurista, professor e magistrado brasileiro, cujo legado deixou uma marca significativa no campo do Direito através da proposição por ele abraçada, a saber: “um eterno diálogo com a Justiça” a ser observado pelos Poderes Executivo, Legislativo e Executivo e, sobretudo, pelos poderes político, econômico e ideológico, com vistas à dignidade da pessoa humana, lembra Taurino Araújo.
A homenagem foi uma forma singela de celebrar sua vida, conquistas e contribuições para o Direito, na história jurídica e acadêmica do país, deixando um legado de conhecimento, sabedoria e ética.
Trata-se do reconhecimento à memória de um indivíduo notável que contribuiu significativamente em suas áreas de atuação e influência duradouras, inspirando-nos a seguir em frente e buscar a excelência em nossas próprias carreiras e atuações, dignas de reconhecimento e de celebração.
Washington Luiz da Trindade (Salvador,14 de julho de 1923 — Salvador, 2 de janeiro de 2014) foi um jurista brasileiro. Considerado um dos maiores pensadores do direito brasileiro, Professor Emérito da Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia e Livre-Docente da Faculdade de Direito da mesma Universidade, titulação equiparada a Doutor em Direito.
Em homenagem, os Fóruns da Justiça do Trabalho de Jacobina e de Maracás levam o nome de Desembargador Washington Trindade.
Biografia
Graduou-se em Direito pela Universidade Federal da Bahia em 1946 e foi, sucessivamente, e sempre por concurso público, promotor público, juiz de Direito, assistente técnico-jurídico do Ministério do Trabalho, juiz do Trabalho e professor universitário. Foi presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região de 1981 a 1985 e ministro convocado do Tribunal Superior do Trabalho [2], vindo a aposentar-se em maio de 1992. Era membro efetivo do Instituto Baiano de Direito do Trabalho – IBDT (1997), da Academia Nacional de Direito do Trabalho – ANDT (1996), da Cadeira nº 15 da Academia de Letras Jurídicas da Bahia (1984) e da Associação dos Magistrados da Bahia – AMB (1973). Autor de diversos artigos e livros como “Regras de Aplicação e Interpretação no Direito do Trabalho” (1995), “Riscos do Trabalho” (1990) e “Trabalho e Cidadania” (1990).