A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, nesta terça-feira (17), um reajuste de 17,22% nas tarifas da Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba). Para consumidores conectados à alta tensão, o aumento será de 16,17%, e para a baixa tensão, a alta será de 17,27%. As novas tarifas já vigoram a partir do próximo domingo (22).
A Coelba pertence ao grupo Neoenergia e atende a 5,9 milhões de unidades consumidoras em 415 dos 417 municípios da Bahia.
Segundo a diretoria da Aneel, a aprovação ocorreu em reunião pública e diz respeito à Revisão Tarifária Periódica da Coelba.
Confira os percentuais definidos para cada grupo de consumo:
Empresa |
Consumidores residenciais – B1 |
COELBA |
17,22% |
Empresa |
Classe de Consumo – Consumidores cativos |
||
Baixa tensão |
Alta tensão |
Efeito Médio para o consumidor |
|
COELBA |
17,27% |
16,17% |
16,95% |
De acordo com a Coelba, este ano a empresa passou pela quarta Revisão Tarifária, processo realizado periodicamente pela Aneel em todas as distribuidoras de energia elétrica do país. No caso da Bahia, a Revisão Tarifária ocorre a cada cinco anos, conforme contrato de concessão, estabelecido entre a Coelba e a União.
No processo, o valor da tarifa pode ser alterado para mais ou para menos, dependendo das mudanças ocorridas nos custos e no mercado das empresas, e do estímulo à eficiência e ao equilíbrio tarifário, entre outros aspectos, como, por exemplo, o volume de investimentos realizados pela concessionária.
Para quem já vinha economizando, o aumento traz mais dor de cabeça. É o caso de Celma Magnavita, presidente do Movimento de Donas de Casa e Consumidores da Bahia. “O consumidor já tem sofrido com recessão, desemprego e já diminuiu o uso da energia, já mudou o comportamento. O aumento agora está muito alto”.
Ela sugere maior atenção a aparelhos elétricos para aumentar a economia. “O consumidor deve estar atento ao desperdício. Se a família assistir ao mesmo programa, tem que usar a mesma TV, não pode ficar três televisões ligadas ao mesmo tempo. É bom diminuir a temperatura do chuveiro e, ao invés de ar-condicionado, deixar a janela aberta para entrar um ventinho gostoso, natural”.
O Assessor Econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio), criticou o aumento e disse que isso causa elevação dos preços dos produtos que são repassados ao consumidor.
“Se é ruim pro consumidor é ruim para o varejista. O consumidor já é espremido com preços altos, o custo dos serviços é elevados. Mais um aumento da energia elétrica, para quem já tem a renda comprometida, acaba repercutindo mal. Ou ele reduz o consumo de outras contas ou perde conforto. O preço do varejista é, em parte, carga tributária repassada ao consumidor”, afirma Fábio Pina.
Investimentos
Nos últimos cinco anos (20013/2017), segundo a Coelba, foram investidos R$ 5,1 bilhões na aplicação de novas tecnologias, construção de subestações e redes, renovação de redes e equipamentos, ligação de novos consumidores. Somente em 2017, informa a empresa, o investimento foi de R$ 1,5 bilhão, para atender com mais qualidade e aumentar a oferta de energia para os quase seis milhões de clientes.
Além de reforçar e modernizar o sistema elétrico do Estado, o investimento da Coelba assegura a manutenção de mais de 16.000 empregos diretos em todo o Estado, entre profissionais próprios e prestadores de serviço.
Os recursos foram destinados para todas as regiões do estado, com a construção de 31 novas subestações e a ampliação de outras 76. Nos últimos cinco anos foram construídos 223 quilômetros de novas Linhas de Transmissão e mais de 33 mil quilômetros de novas Linhas de Distribuição, além da instalação de 700 mil novos postes.
Como resultado dos investimentos, conforme a empresa, os indicadores da empresa revelam a redução da duração das interrupções de energia (DEC) e da frequência das interrupções (FEC). Nos últimos dois anos, o tempo de atendimento das ocorrências de falta de energia foi reduzido em cerca cinco horas. Somente de 2016 para 2017, a diminuição foi de três horas. eflexo dos investimentos em tecnologia como os sensores inteligentes, ligados nas redes elétricas e conectados aos sistemas de controle instalados nos Centros de Operação. Com comunicação via satélite, o sensor ajuda a diminuir a área que os técnicos da Coelba devem percorrer para localizar uma eventual ocorrência na rede elétrica.
Correio24