No Chalé, no sossego das suas salas amplas, abertas para o silêncio dos campos ramificados,tendo no fundo um tamarineiro, que era doce contemplar da sua varanda ao por do sol a sombra deste tamarineiro; passei minha infância, já devia ser velho quando nasci.
Ele vive nas mais antigas recordações de minha infância: belo, imenso, era como uma árvore sagrada protegendo o chalé. Nas férias, eu e meus primos já tínhamos o jeito de seu tronco, o lugar melhor para apoiar o pé e subir pelo tamarineiro acima, ver de lá o telhado do chalé, sentindo o leve balanceio da brisa da tarde.
A última vez que o vi, foi quando meu avô faleceu, estava carregado de tamarino. O tempo passou e o chalé foi doado a uma congregação religiosa, e penso que hoje enquanto a brisa úmida e quente do anoitecer entra pela janela do chalé e a escuridão da noite cai sobre ele.
O tempo, de repente, retrocede a grande velocidade. O tempo é um filme que mostra a sua vida de trás para a frente, lembrando das brincadeiras no tamarineiro. E aprendi a não procurar muito significado nas coisas boas, e simplesmente apreciar o bom enquanto a gente o tem por perto.