Estudo realizado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) apontou um aumento nos casos de norovírus em Salvador. Do final de abril à primeira semana de maio, a faculdade analisou 35 amostras, das quais 15 testaram positivo para o vírus.
O norovírus pertence à família Caliciviridade, que é altamente contagiosa e menos que 100 partículas virais são suficientes para infectar uma pessoa.”As caliciviroses são consideradas, no mundo, uma causa importante de gastrenterites em humanos e animais. Assim, o norovirus tem alta capacidade infecciosa e de resistência. Diferentemente de outros vírus causadores de gastroenterites, ele é transmitido de pessoa para pessoa com facilidade”, explica o médico Diogo Umann, clínico-geral e diretor-clínico da iMEDato Consultas e Exames.
Devido à rápida evolução por mutação desse vírus, ainda não conseguiram criar uma vacina contra ele.
Segundo o profissional, os principais sintomas são, aparecimento repentino de náuseas seguido de vômitos e diarreia forte. Os infectados também podem apresentar febre, dor de cabeça, estômago e dores nos membros. Ele reitera que, embora os sintomas possam aparecer ainda no mesmo dia, geralmente, começam entre 24 e 72 horas do contato com o vírus.
O norovírus propaga-se através do contato com a pessoa infectada, mas principalmente pela ingestão de alimentos ou água contaminada.
Ainda não há uma causa definida para o aumento dos casos em Salvador, porém, Umann esclarece que, geralmente, quanto mais pessoas circulando nos locais, maior a velocidade com que o vírus se propaga.
Dessa forma, o aumento de turistas na capital da Bahia pode ser uma explicação, uma vez que contribui para que a doença se alastre.
Transmissão é maior no outono e inverno
O infectologista da Unimed BH, Adelino de Melo Freire, completa dizendo que a transmissão do vírus tende a aumentar durante o outono e o inverno e está relacionada a surtos periódicos, principalmente entre crianças. “Essa infecção também apresenta sintomas muito comuns em outras doenças, por isso, não é possível fazer um diagnóstico somente a partir do que o paciente está sentindo”, completa Freire.
Os dois profissionais deixam claro que não existe um tratamento específico para o norovírus, sendo o mesmo para outras viroses intestinais e consiste em hidratação e reposição de eletrólitos, por meio de sais orais ou soro caseiro e hidratação endovenosa nos casos mais graves. Se o paciente apresentar dores incômodas e enjoo, o médico também pode indicar algum medicamento caso considere necessário.
Normalmente, a principal causa do alastramento desse tipo de vírus é a falta de higiene, por isso, a melhor forma de se prevenir é cultivar hábitos básicos de higiene como, lavar as mãos, isolamento dos doentes e higienização do ambiente.
“Vale ressaltar que também é fundamental que você higienize os alimentos, principalmente aqueles consumidos crus, como folhas e vegetais e, caso esteja em algum local onde há suspeita de surto, dar preferência pela água mineral, inclusive para escovar os dentes. Lembrando que a higienização correta de alimentos é feita com uma solução de água com água sanitária. Apenas a água não faz a higienização”, finaliza o clínico geral Diogo Umann.
Fonte: Estado de Minas