Supridos para ir além

“Ouvindo o que havia ocorrido, Jesus retirou-se de barco em particular para um lugar deserto. As multidões, ao ouvirem falar disso, saíram das cidades e o seguiram a pé. Quando Jesus saiu do barco e viu tão grande multidão, teve compaixão deles e curou os seus doentes.” (Mateus 14.13)

Nosso verso de hoje começa dizendo que “ouvindo o que havia ocorrido, Jesus retirou-se de barco para um lugar deserto”. O que havia ocorrido? João, o primo de Jesus e profeta que pregou e inaugurou o batismo do arrependimento, havia sido morto. O grande João Batista teve sua vida banalizada por Herodes ao mandar decapita-lo para cumprir uma promessa impensada, motivada por seus instintos sexuais e feita a uma adolescente, filha de sua amante, mulher de seu irmão. Como você se sentiria diante disso? E se tivesse o poder que Jesus tinha? Ele podia dizer uma palavra e vingar a morte de João! Mas Jesus não usa seu poder para isso. Ele veio salvar, não destruir! Ao ouvir o que havia acontecido procurou um lugar deserto. Tinha direito a um luto. Mas as multidões o queriam e o procuraram. E logo o encontraram.

Elas queriam Seu poder. Ansiavam por Seus milagres. Elas querem ouvi-lo. Ninguém jamais falou como Ele. Diferente dos líderes religiosos, suas palavras eram cheias de autoridade. Ele lhes falou a verdade e o fazia com amor. Ele declarava o amor do Pai. Jesus poderia ocultar-se, mas cedeu. Ele é capaz de servir e dar atenção, mesmo tendo o direito de se recusar. Ele abre mão de Seu direito ao luto e se compadece. Se quisesse, ninguém o acharia, mas se deixa achar. Jesus é bondoso. Esse é o nosso Mestre. Precisamos aprender essa bondade que nos capacita a fazer o bem quando teríamos toda razão para não fazê-lo. Precisamos chegar a ser capazes de abrir mão dos nossos direitos para servir e compadecer-nos. A grandeza espiritual é isso: amar e servir.

“Esquinas” é uma das canções de Djavan. Nela, esse brilhante interprete e compositor brasileiro faz declarações de profundo significado. Ele diz: “Só eu sei as esquinas por que passei, só eu sei.” Diz ainda: “Sabe lá, o que é não ter e ter que ter pra dar? Sabe lá?”. Destaco ainda mais uma: “Sabe lá, o que é morrer de sede em frente ao mar? Sabe lá?” É sempre difícil saber a razão que motiva uma composição. Mas a mim estes versos transmitem limitação e incapacidade misturadas com a necessidade de prosseguir. Na vida nos faltará, em algum momento, justamente o que precisaremos dar. Devemos nos suprir em Cristo. Para não fazermos de “nossas esquinas” justificativas para “nossas amarguras e durezas”. Por causa de Jesus, não precisamos morrer de sede em frente ao mar!

ucs

 

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