A neurociência constata que a percepção é relativa. A realidade é construída, presumida e fugidia. O tempo da guerra, da desigualdade e da corrupção, é o abismo com que nos deparamos, encurralados pelos piores instintos de uma população mundial de mais de 8 bilhões de seres humanos, e é bom dizer em bandos cada vez maiores, de milhões de pessoas unidas por línguas e bandeiras, em guerras cada vez piores, mas também, é importante dizer, cada vez mais críticas em relação a um mundo em que o instinto de acumulação- de alimento, no princípio- virou cobiça, avareza e usura.
E agora essa novidade. Depois da Internet: O capitalismo vertiginoso criando as ferramentas para que a guerra se generalize, o poder máximo de um e de todos, todos em um mesmo planeta, gente, gente e mais gente.
A aceleração da história e a existência de tanto absurdo parecem uma alucinação. Pense nos engarrafamentos abomináveis que tomaram de assalto as cidades. Senão reais estes cortejos de tanto metal e vidro de mais de 10 km, em lugar que há bem pouco tempo foi uma aprazível vila à beira-mar? Quando será o primeiro engarrafamento que vai durar uma semana inteira? Isso é viver?
Fume um baseado quem souber a resposta. Desequilíbrio é a norma. O modelo econômico é crescer a qualquer custo. Crescer para onde? Para quê? Até quando? Tudo que tocamos vira lixo, embalagens e mais embalagens de coisas cada vez mais efêmeras. Vivemos uma crise de confiança no progresso. Cada vez mais contaminada pelos conflitos de interesses do mercado.