Sul e Extremo Sul consolidam a Bahia como segunda maior produtora de café do Brasil

Sul e Extremo Sul consolidam a Bahia como segunda maior produtora de café do Brasil
O secretário de Agricultura Dori Neves, o engenheiro agrônomo Gustavo Sturm e o técnico Cássio Farias. Foto Foco no Poder

O Sul e o Extremo Sul da Bahia devem colher 2 milhões de sacas de café conilon este ano,  um pouco mais que no ano passado, quando foram colhidas 1 milhão e 800 mil sacas. Embora a produção não seja tão superior, consolida a Bahia como segunda maior produtora desta variedade de café no Brasil, ficando atrás do Espírito Santo, que ainda ocupa a primeira posição no ranking, com cerca de 6 milhões de sacas por ano.

O resultado é fruto de um trabalho em torno do café na Bahia. No ano passado, a Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia) firmou convênio com o Ministério da Agricultura, visando aumentar o volume de financiamentos para a produção de café no Estado. Assim, a Agência de Fomento passa a contar com recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). No total, foram disponibilizados R$ 8 milhões para custeio de safra e capital de giro.

Além disso, a Bahia, especialmente o Extremo Sul, é região propensa à cultura do café, por isso, muitos produtores do Espírito Santo migraram para cá devido às melhores condições de nosso solo bem como boas perspectivas de irrigação, com rios nas proximidades das propriedades rurais e mais períodos de chuva ao ano. Tanto que, segundo Gilberto Borlini, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Itabela, embora tenham vivido um 2017 de seca, o resultado foi positivo, mas, ano que vem, será ainda melhor. “Este ano está sendo um ano de recuperação, devido à seca que a gente passou. As lavouras estão bonitas, mas ainda estamos colhendo e não contabilizamos. Ano que vem promete ser uma boa safra, vai ser um ano ainda mais promissor”, disse Gilberto.

Em Teixeira de Freitas, a fazenda Bom Retiro, de propriedade de Chico Holandês e do seu filho o engenheiro agrônomo Gustavo Sturm, localizada próximo ao Córrego do Mota, possui um laboratório de classificação e degustação de café conilon totalmente equipado, onde é possível verificar umidade, avaliar o sabor, a doçura, o amargor, a acidez, o equilíbrio, “uma série de características sensoriais do café”, conforme Gustavo.

Sul e Extremo Sul consolidam a Bahia como segunda maior produtora de café do Brasil
Cartaz do lançamento da 2ª edição do Concurso

Desde 21 de maio – até o mês de julho – estão abertas as inscrições para o 2º Concurso Regional Café Conilon de Qualidade, que acontecerá durante a Exposição Agropecuária de Teixeira de Freitas, e o laboratório é usado no processo. “A classificação e torra do café acontecem aqui na propriedade, aí levarmos o café torrado para o sindicato rural, por estar em Teixeira, fica melhor fazer no sindicato rural, provavelmente iremos chamar alguns profissionais degustadores de café pra avaliarmos as amostras do concurso regional”.

Gustavo, que também palestrou durante o 1° Simpósio da Qualidade do Café Conilon, e esteve a frente do 1º Concurso Regional Café Conilon de Qualidade, afirma que para se ter um bom café é preciso contar com a fertilidade do solo, o clima e saber executar bem a pós-colheita. Mas, considerar o material genético para o objetivo final do produtor é fundamental. “Há diferenças de qualidade entre os clones, muitos disponíveis pra o produtor, e com o tempo a gente vai saber quais clones dão a melhor bebida, os melhores cafés e nós vamos chegar lá”, explica.

Além do café, os produtores rurais do Extremo Sul geralmente cultivam outros alimentos na mesma propriedade, e isso é considerado por Gustavo outro ponto positivo da cafeicultura, pois é possível reduzir os impactos financeiros ao produtor investidor. “É possível duas culturas, fazer o consórcio com mamão e banana, por exemplo, isso diminui o custo com a implantação da lavoura”, exemplifica o engenheiro agrônomo.

O 2º Concurso Regional Café Conilon de Qualidade contará, além de Teixeira, com a participação de Itamaraju, Itanhém, Vereda, Medeiros Neto, Alcobaça, Mucuri, Nova Viçosa, Ibirapuã, Lajedão, Caravelas e Prado. De acordo com Dori Neves, secretário de Agricultura do município, o objetivo do concurso é motivar os produtores a melhorarem suas produções e, assim, a cada dia, oferecer um café de melhor qualidade.

Com informações Foco no Poder e Correio 24 horas

 

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