As prefeituras de Bertioga, na região da Baixada Santista, e Eldorado, na região do Vale do Ribeira, em São Paulo, confirmaram no sábado (19) novas mortes por febre amarela. Só na cidade de Eldorado já foram confirmados nove casos em 2019, com quatro óbitos. Outras quatro pessoas estão sendo monitoradas com suspeita.
A Secretaria de Saúde de São Paulo alerta que moradores de todas as regiões do estado devem se imunizar contra a doença, principalmente os que residem ou planejam viajar para áreas com vegetação densa. A vacina está disponível nos postos de saúde e deve ser tomada pelo menos dez dias antes da viagem. Saiba tudo sobre a doença a seguir:
O que é a febre amarela
A febre amarela é uma doença endêmica na região Norte do país, principalmente no Amazonas, com sua monumental floresta. Isto é, a doença ocorre com muita frequência naquela área, independentemente do número de pessoas atingidas. Mas, desde 2016, principalmente durante a época de chuvas, o Brasil enfrenta um surto da doença, atingindo os estados da região Sudeste: Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
O surto, que se caracteriza pelo aumento repentino do número de casos, preocupa muito as autoridades sanitárias. Mas a boa notícia é que existe vacina contra a doença e, desde 1942, os casos notificados estão concentrados nas áreas rurais, ainda longe dos aglomerados urbanos.
Transmissão
A febre amarela é transmitida ao homem somente pela picada de mosquitos infectados e não é contagiosa. No Brasil não há registro da transmissão urbana por meio do Aedes aegypti, mas, com a chegada do verão e do período de chuvas, é importante que a população colabore para eliminar os criadouros do mosquito e evitar outras doenças como dengue, zika e chikungunya.
Apesar do que algumas pessoas acreditam, macacos não transmitem febre amarela. Na verdade, esses animais são muito importantes para alertar que existe o vírus no local, já que são os primeiros a serem infectados. Portanto, ao encontrar macacos mortos ou agonizantes, notifique imediatamente a secretaria de saúde de sua região e não mate ou maltrate os bichos.
Sintomas
As pessoas contaminadas pelo vírus apresentam febre baixa, dores musculares em todo o corpo, principalmente nas costas, dor de cabeça e nas articulações, náuseas, vômitos e fraqueza. Em média, o tempo de incubação da doença, período que antecede a aparição dos sintomas, oscila entre 3 e 6 dias, podendo chegar até 10 dias.
Ao perceber os sintomas, procure um médico imediatamente e informe sobre qualquer viagem para áreas de risco nos 15 dias anteriores.
Especialistas alertam que a maioria das pessoas infectadas melhora após os sintomas iniciais. No entanto, cerca de 15% desenvolvem uma forma mais grave da doença. Nesses casos, o paciente pode apresentar quadro de febre alta, icterícia (a pele e os olhos ficam amarelos), hemorragia (de gengivas, nariz, estômago, intestino e urina) e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos.
Cuidados especiais
Segundo o Ministério da Saúde, o tratamento é apenas sintomático, com cuidadosa assistência ao paciente. O importante é controlar os sintomas e prevenir as complicações. É recomendado fazer repouso, ingestão abundante de água e boa alimentação.
Nas formas graves da doença, o ministério orienta que o paciente deve ser atendido em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), para reduzir as complicações e o risco de óbito. Medicamentos como AAS (Aspirina) devem ser evitados, já que o uso pode favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas.
Como se proteger
A principal forma de prevenção da febre amarela é por meio da vacinação, que é indicada a partir dos 9 meses de idade.
Diante do repentino aparecimento de casos na região Sudeste, em 2018 o Ministério da Saúde, a fim de ampliar o suprimento de vacinas e proteger o maior número possível de pessoas, decidiu pelo uso de doses fracionadas, conforme orienta a Organização Mundial de Saúde (OMS) em casos de surtos.
A vacina plena (dose total) é aplicada em uma única dose e protege por toda a vida. Já a vacina da febre amarela em dose fracionada protege por, pelo menos, 8 anos.
A população deve procurar as unidades básicas de saúde perto de sua residência para se vacinar. Casos de contraindicação serão esclarecidos no local. Previna-se!
Fonte: Seleções