“Vivam como pessoas livres, mas não usem a liberdade como desculpa para fazer o mal; vivam como servos de Deus.” (1 Pedro 2.16)
Viver como servos de Deus é a condição necessária para que nossa liberdade seja verdadeira e resulte em santidade, maturidade e felicidade. A submissão de nossa vida a Deus é leva-nos a ser abençoados com propósitos, valores e princípios que nos enriquecem como seres humanos e nos edificam como cristãos. E é necessário que vivamos as duas realidades: liberdade e submissão. E sem submissão a Deus, não ha liberdade verdadeira. Alguém poderia argumentar que uma coisa anula a outra, ou pelo menos minimiza, mas não é verdade. Pelo menos não em relação a Deus. Talvez o seja nas relações humanas e, em especial, em algumas, nas quais ao nos submeter somos subjugados e por fim dominados. Perdemos a autonomia e as vezes até mesmo a dignidade. Mas na experiência com Deus não é assim que acontece.
Na submissão a Deus experimentada em um encontro com a vontade de Deus, que Paulo afirma ser boa perfeita e agradável (Rm 12.2). Uma vontade que inclui a nossa. Uma vontade que tanto confronta e pede a negação da nossa, como também abre espaço para a nossa, provocando e esperando a nossa autonomia. Deus não apenas nos diz que deseja que façamos algo, mas também nos diz que há questões que são de nossa alçada, que nos cabe decidir, escolher, e que devemos agir segundo nossa vontade. Logo, submissão a Deus não nos anula como seres humanos. Emancipa-nos. Deus nos liberta enquanto nos submetemos a Ele. E não poderia ser de outra forma pois Ele nos ama. Seu amor é o verdadeiro amor, que faz o melhor pelo outro, que compreende e inspira o melhor no outro.
Deus é onipotente, mas não usará Seu poder o tempo todo para nos ajudar. Ele nos incentivará a usar o nosso, a nos esforçar. Ele é onipresente, mas em Sua presença há sempre espaço bastante para nós. Podemos sentir pensar, falar e agir, sem sermos oprimidos. Ele é onisciente, mas não se adianta ou antecipa-se. Ele caminha conosco, espera nossa confissão, nossas suplicas. Ouve-nos como se nada soubesse, seguindo graciosamente no compasso de nossas horas, dias e anos. Ele sabe o que precisamos e não ocupa mais espaço do que o que nos permita ser quem somos. Submissão a Deus é, verdadeiramente, libertação. Por isso, não caia no engano de pensar-se livre sem Deus. Isso seria cair no pior e mais perigoso tipo de escravidão.