“Jerusalém, Jerusalém, você, que mata os profetas e apedreja os que lhe são enviados! Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos, como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram. (Mt 23.37)
Deus é soberano, está acima e é mais elevado que tudo e tem o domínio sobre todas as coisas. Ele tem poder para interferir em qualquer situação. Mas nos fez autônomos, capazes de resisti-lo. Temos vida própria. Não estamos determinados por um destino, não somos como peças num tabuleiro de xadrez. Deus, segundo sua soberana vontade, decidiu nos dar espaço e fazer de nós seres que podem decidir. Decidir, inclusive, rejeitá-lo, resistindo à sua vontade. O equilíbrio entre a soberania de Deus e a nossa autonomia é algo misterioso, mas real.
Dizer que temos autonomia não significa dizer que somos seres plenamente livres, pois não somos. Liberdade não é a capacidade de fazer qualquer coisa, é a capacidade de governar a si mesmo e nisso não somos nada bons! Somos fracos e acabamos sendo influenciados por muitas forças, especialmente de nossos desejos. Se somos provocados, podemos perder o controle e fazer algo de que acabamos nos arrependendo. Há uma escravidão afetando nossa autonomia e nos tirando a liberdade. Para sermos livres precisamos da ajuda de Deus, precisamos escolher o caminho da submissão. É na submissão a Deus que encontramos liberdade, embora submeter-se possa parecer abrir mão dela.
Jesus disse que é Ele quem pode nos fazer pessoas livres. Ele é a manifestação de Deus em nossa história e a verdade sobre o Deus que nos liberta. As pessoas de Jerusalém o rejeitaram e ele lamentou. O mesmo continua acontecendo – Deus está pronto a nos acolher, guiar e libertar, mas tantas vezes escolhemos outro caminho. O resultado é que nos machucamos e machucamos outros. Invertemos valores e transgredimos princípios. Fome, injustiça, corrupção, assassinatos, vícios de todos os tipos e tantas outras coisas marcam tristemente a nossa história. Somos arremedos de gente sem a ajuda de Deus. Mas não precisa ser assim. Ele quer nos acolher em seus braços hoje, mais uma vez. Escolhamos nos submeter!