Quebrar a dinâmica de circulação de dinheiro proveniente do tráfico. Este é o objetivo da operação conjunta deflagrada, na manhã de terça-feira (12), pela Secretaria da Segurança Pública e Polícia Federal. O resultado parcial da ação conjunta foi apresentada no final da manhã, no auditório da Superintendência Regional da Polícia Federal, em Água de Meninos.
A Operação Última Estação, como foi batizada, dá continuidade as investigações do dinheiro movimentado pela quadrilha antes liderada Marcelo Batista dos Santos, o Marreno, traficante morto em agosto deste ano durante uma operação policial. A primeira fase já havia identificado indícios de lavagem do dinheiro do grupo.
Com o cumprimento de oito mandados de prisão executados pela Força-Tarefa da SSP, dos departamentos de Repressão ao Crime Organizado da Polícia Civil (Draco) e de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e pelo Comando de Policiamento Especializado da Polícia Militar (CPE), além da PF, nesta fase, três deles foram efetuados em presídios do estado.
Em Serrinha, onde Rafael Almeida de Jesus, 28 anos, está preso desde outubro deste ano, quando foi encontrado com fuzis e submetralhadoras, um mandado foi cumprido. Outros dois foram executados no Presídio da Mata Escura. Ele teria assumido os negócios da quadrilha de Marreno após a sua morte. Israel Avelino Júnior e outro detento que não teve o nome divulgado também tiveram mandados cumpridos dentro do Presídio de Salvador.
Em São Cristóvão, Paulo Henrique Conceição de Jesus foi preso em flagrante com uma pistola 380, 96 quilos de cocaína e 129 quilos de maconha. No mesmo bairro, um menor foi apreendido e dois mandados de prisão foram cumpridos, contra Douglas Xavier Ribeiro Santos e Rafael Pereira dos Reis.
Também houve mandados cumpridos em Alagoinhas, com a prisão da esposa de Rafael, Barbara Laís Santos Pereira Alves. Dos oito mandados cumpridos pela operação conjunta, seis tiveram a participação da polícia baiana. Nos locais onde foram cumpridas as buscas, mais de R$ 30 mil em espécie foram apreendidos, além de inúmeros documentos falsos.
Lavagem de dinheiro
O coordenador da Força-Tarefa da SSP, major Marcelo Barreto, explicou como ocorria a dinâmica da quadrilha, antes liderada por Marreno. “São criadas identidades falsas, que dão origem a empresas que fazem o dinheiro circular de forma ‘limpa‘ “. O oficial ressaltou a importância das ações que bloqueiam os bens dos envolvidos com o tráfico.
Já o coordenador da Operação pela PF, delegado Fábio Marques, informou que nesta fase, 22 contas de pessoas envolvidas com a quadrilha foram bloqueadas. Com a ação, segundo ele, será possível não só levantar o poder aquisitivo da quadrilha, bem como, frear futuras ações do grupo.
Outras destinações ao dinheiro da quadrilha ainda estão sendo investigadas, como adiantou o diretor do Draco, Marcelo Sansão. “Já temos alguns indícios que estão norteando a continuidade das investigações”, concluiu.