Permita que eu deseje, neste mundo, que está carregado de política pobre, um canto de sono e preguiça, onde ainda não se tenham inventado o celular e o relógio, que me esqueçam e que me abandonem, que me larguem, enfim, onde seja lícito viver ignorado e despercebido. Sinto-me esgotado e, coagido pelos ardis e os truques que os políticos empregam para arrumar palavras e construir frases de efeito para ganhar votos. Lamento que enganem tanta gente. Permita que eu deseje agora, um silêncio, uma calma boa e definida para, num momento espontâneo e sossegado, escrever sobre a descrença que em meu espírito se acentua, permite que eu deseje ser só, num lugar do mundo onde os gritos não tem eco, onde a inveja não ameace. Livrem-me da pressa, das datas, dos salários e das dívidas e a todos serei agradecido. Permite que eu só queira, agora, esse canto de sono e preguiça.
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