”Não há nada como o sonho para criar o futuro”, (Victor Hugo, 1802-1885).
A que segmentos da rica complexidade social interessam os conceitos de sonhos e realidades, instantes de fantasias e constatação do viver? Muito provavelmente, não há como negar, em todas ou qualquer condição social, a vida é o somatório de sonhos e realidades e assim, de forma indistinta, o interesse é fato geral.
Nos sonhos o pensamento encontra-se em forma de antessala, como planejamento do advir; o desejo inconsciente (?) de realidades a se concretizarem e constituídas a partir de divagações individuais ou coletivas, em tessituras como fios ora desencontrados, tênues e fugidios. Ou os sonhos não são assim?
Quaisquer que sejam as classes sociais, uma verdade inequívoca é aceita – indiferente às limitações existenciais – o homem sonha até acordado e traça situações, planeja caminhos que apontam como faróis, às vezes difusos, na perspectiva do objetivo a se alcançar. E o faz sempre!
A Educação, para alguns, é produto de sonhos que se materializam em realidades, estas nem sempre com a intensidade substantiva e cromática da fantasia antevista. Isto decorre muito menos pelos anseios dos sonhadores e muito mais pela incompetência daqueles aos quais cabem as medidas indispensáveis para sua materialização.
Na nobreza dos seus atos, os sonhadores ou sonháticos da complexa sociedade nacional são conduzidos muito mais pelos valores e princípios que defendem – regras imperativas do ato de ser parte na construção da realidade – até porque a destinação final do produto diz respeito à formação cidadã, pela transformação do homem no viés educacional.
A Educação tem exigências bem o sabe a sociedade, no entanto esta consciência não se reflete no apoio à sua concretização, talvez em decorrência do preceito constitucional do “direito” e da “gratuidade” o que frustra pela lei do menor esforço, ironicamente, a sua oferta ampla e qualificada. Que o digam os educadores, ao se analisar a contribuição na escola, seja pela sociedade, pais ou responsáveis que dela usufruem através dos seus aprendentes.
Mesmo num quadro de pouca ou nenhuma participação, os educadores se sentem como visionários, mistos de idealistas e de empreendedores, enfrentando obstáculos por uma causa que se estende além dos sonhos, verdadeiros “Colombos” numa perspectiva de “novo mundo”, para futuras gerações. São, sim, ao mesmo tempo, sonhadores e construtores do amanhã. Mais que românticos ou ingênuos, eles idealizam uma sociedade desenvolvida e justa, contribuição que imaginam poder transformar sonhos em realidades, lamentavelmente nem sempre devidamente compreendidos.