“Quando ouviu que era Jesus de Nazaré, começou a gritar: Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim! O que você quer que eu lhe faça?, perguntou-lhe Jesus. O cego respondeu: Mestre, eu quero ver! Vá, disse Jesus, a sua fé o curou. Imediatamente ele recuperou a visão e seguia a Jesus pelo caminho.” (Marcos 10:47,51-52)
O capítulo dez de Marcos nos apresenta diversas pessoas cujas iniciativas foram frustradas por Jesus. Os fariseus aproximam-se para tentá-lo, Jesus lhes mostra a dureza de seus corações. Os discípulos impedem as crianças de aproximarem-se do Mestre, Jesus lhes repreende e diz que o Reino de Deus é delas. Um homem rico e de boa conduta apresenta suas credenciais para herdar o Reino de Deus, Jesus lhe diz que lhe falta algo e fala justamente daquilo que ele não estava disposto a entregar. Os discípulos desejam saber o que ganharão em segui-lo, e Jesus afirma que aqueles que vivem por Ele e pelo Evangelho, herdarão muito mais do que renunciaram. Mas a história não mostra nenhum dos discípulos herdando coisas materiais, justamente aquelas em que estavam interessados a princípio. Dois deles, Tiago e João, pedem a Jesus os lugares de honra em Seu Reino. Afirmam que estão credenciados para isso. Mas Jesus lhes diz que este lugar é decisão do Pai. Eles pensam em poder, Jesus lhes fala de serviço. Eles esperam glória, Jesus lhes fala de martírio e dor. Mas, no final do capítulo há um cego e a história toma outro rumo.
Bartimeu era um pedinte, alguém sem nada a oferecer, completamente consciente de sua grande necessidade. Ele quer misericórdia. Ele quer a bênção pela graça. Ele não pode pagar e sabe que não merece. Ele clama por Jesus. E o capítulo nos apresenta finalmente alguém a quem Jesus não desconcerta e a quem pode atender. Bartimeu crê. Crê no poder, na bondade, na misericórdia. Crê na Graça que dialoga somente com a fé desprovida de credenciais, frágil e dependente. Ele não é bom o bastante, mas crê. A fé é sua credencial e ela está dirigida a Jesus, o Filho de Davi. A cura vem e uma nova vida começa. É assim. O cristianismo é a experiência de quem não faz nada mais além de crê, e porque crê, é capaz de tanto que passa a uma nova vida. Pois a fonte muda, sai de si mesmo para aquele que nos fortalece (Fl 4.13) e em quem, tudo é possível. Até então Bartimeu não podia, mas agora já pode. E segue a Jesus. Você crê assim?