“A boa educação é moeda de ouro, em toda parte tem valor”, Padre Antonio Vieira (1608-1697).
O que idealizar para o advento de uma sociedade mais participativa e plural, mais igualitária, na assertiva democrática que propicie a grande parte da população, senão a todos, os benefícios de uma Educação inserida em texto constitucional, há quase 30 anos, na condição de “direitos de todos, dever do Estado e da família”?
No dizer do eminente educador Paulo Freire a sociedade não evolui sem a educação, sendo a mesma parte do seu caminho e de sua caminhada, malgrado a incompreensão e o fastio que as autoridades têm por ela apresentado. Interessante é que o discurso a seu respeito é extremamente bajulatório, de retórica primorosa em apresentá-la como a prioridade das prioridades, “santa dos altares” daqueles que detém o poder e que, por ofício, se obrigaram a oferecê-la a todos e com qualidade.
É mais que sabido, no processo de gestão democrática convivem os poderes executivo, legislativo e judiciário aos quais compete a estabilidade do Estado, por conta de suas competências que, de forma prática, legal e filosófica, devem coexistir harmonicamente entre si, em benefício da sociedade e do seu progresso.
E, aí, é este o “clima” que se vê, que se fala ou que se assiste na vida nacional ou baiana; e de parte da sociedade, o que nela repercute ou dela se manifesta?
Após cinco séculos de uma colonização a partir de matriz européia (predominantemente portuguesa) e, a seguir, de pouco mais de cem anos de regime dito “republicano” que desideratos já foram alcançados pela sociedade brasileira, na busca do seu desenvolvimento e bem-estar?
A Constituição, no seu Art.3º, assinala como objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: “I – Construir uma sociedade livre, justa e solidária; II – Garantir o desenvolvimento nacional; III – Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; e, IV – Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”.
Quando se alcançará a República acima?
Nos momentos atuais do viver nacional – tempos mais que bicudos – a sociedade ainda, lamentavelmente, se apresenta letárgica quando não reage aos desvios dos seus gestores, talvez anestesiada por uma cultura equivocada de que “não há mais jeito, por conta da corrupção desenfreada”. É uma constatação equivocada e temerária de alguns, tipo sinal dos tempos, que a ser incessantemente combatida e que, com o apoio de um processo educacional básico, ético e moral – dentre outros procedimentos correcionais – possa alcançar novos caminhos, ditos republicanos, concretizados ao final em uma melhor sociedade contemplando a todos.