“Depois que formou da terra todos os animais do campo e todas as aves do céu, o Senhor Deus os trouxe ao homem para ver como este lhes chamaria; e o nome que o homem desse a cada ser vivo, esse seria o seu nome.” (Gênesis 2.19)
Há duas realidades fundamentais na construção da história humana: a soberania de Deus e a autonomia humana. Elas são distintas e podem estar em oposição ou em cooperação e cabe a nós decidirmos a respeito. Deus já se dispôs e agiu em nosso favor. Fomos criados à sua imagem e semelhança e ao nos dar de si, nos fez com autonomia, nos fez pessoas. Não somos robôs para sermos programados e nem animais para sermos adestrados. Somos criados capazes para escolher e tomar decisões e nosso bem estar depende de amadurecermos e aprendermos a tomar decisões com sabedoria e responsabilidade. E é respeitando isso que Deus relaciona-se conosco.
Na narrativa de Moisés os animais criados por Deus são trazidos ao homem para que ele escolha os nomes. Deus não fez tudo. Ele nos tornou participantes de Sua criação. Ele entregou o mundo que criou aos nossos cuidados. Somos responsáveis pelos rumos da história. Mas temos agido de maneira irresponsável. E sempre que algo sai errado e as coisas seguem rumos que não gostamos, questionamos: “onde Deus estava que não fez nada?!” Mas, e a nossa responsabilidade? Que “nomes” estamos dando aos “animais” para que tenhamos uma sociedade tão perversa, injusta e corrompida? Entre nós, os inocentes estão sempre correndo risco!
Deus é soberano e jamais abrirá mão de sua soberania, mas Ele decidiu nos dar autonomia e respeitará isso até o limite que entender que deve. Precisamos assumir nossas responsabilidades. Importa a maldade dos outros, mas somente posso decidir sobre a minha. E a decisão de ser diminui-la, tirar-lhe espaço, e substituí-la por bondade, amabilidade e respeito ao meu semelhante. Somente podemos mudar a nós mesmos e concertar nossos próprios caminhos. Isto é o que podemos fazer, objetivamente, para melhorar o mundo. Deixemos que o Soberano nos guie em nossa autonomia e sejamos uma bênção para a história. O mal no mundo não é culpa de Deus, é responsabilidade nossa.
ucs