Sob os cuidados de Deus

“Protege-me, ó Deus, pois em ti me refugio.” (Salmos 16.1)

Quem não deseja a proteção de Deus? Eu desejo demais. As possibilidades de eu ser atingido são múltiplas. Minha saúde física, mental, emocional, espiritual, financeira, relacional… A proteção de Deus é indispensável. Mas, quando peço por ela, o que tenho em mente? Quais são as ameaças, os riscos, os inimigos? Essa é uma outra questão. O que me coloca em risco pode vir de muitos lados. Pode vir inclusive de mim mesmo, da minha insensatez, da falta de domínio próprio e tantas outras coisas que podem fazer com que o mal que me atinge venha de dentro. Eu oro diariamente pedindo o que o salmista está pedindo. Imagino que você também. Quero compartilhar algo que tenho aprendido nesse processo. Tenho aprendido a ajustar minhas expectativas em relação ao que Deus fará por mim, ao modo como Ele cuidará de mim e me protegerá.

Na prática, é mais ou menos o seguinte: eu não espero que Deus me livre de tudo que me pareça desagradável, indesejável ou ameaçador. Por que? Porque não é assim que um Deus perfeito agiria! Por exemplo: eu amo muito minha netinha. É muito amor, mas é um amor frágil. Mesmo assim, já vivi o bastante para entender que não devo tentar protege-la de tudo! Pelo simples fato de que ela precisa aprender a viver, precisa fortalecer-se e amadurecer. Possibilitar isso também é proteger. Sendo um pecador, eu sei disso. Deus é perfeito. Ele sabe isso como jamais saberei. Recebo muitos livramentos de Deus. Incontáveis! Mas também sofro golpes da vida. Não gosto dos golpes. Infantilmente reclamo com Ele, e preciso reclamar, pois isso também é parte do meu desenvolvimento. Mas, por fim, acabo, pelo menos algumas vezes, compreendendo que Ele estava me protegendo o tempo todo, ajudando-me a crescer e aprender.

Deus tudo pode, mas não faz tudo. Ele só faz o que entende que deve, tendo em vista Sua visão perfeita da vida. Uma visão inalcançável para nós. Precisamos perseverantemente confiar na visão de Deus. As vezes não sabemos o que Deus fará ou deixará de fazer diante de uma questão que esteja nos afligindo. Podemos orar e pedir proteção independente disso. Podemos pedir a proteção que achamos melhor. Mas, no final, devemos mostrar nossa confiança em Seu amor submetendo-nos à Sua decisão. Davi fez isso e nos deixou um belo exemplo. Diante da enfermidade de seu filho, diz as Escrituras que ele implorou a Deus para poupá-lo. Ele jejuou e, entrando em casa, passou a noite deitado no chão. Os oficiais do palácio tentaram fazê-lo levantar-se, mas ele não quis, e recusou-se a comer. (2 Sm 12.16-17). Por fim a criança morreu. E o que ele fez? Diz o texto: “Então Davi levantou-se do chão, lavou-se, perfumou-se e trocou de roupa. Depois entrou no templo do Senhor e adorou. E voltando ao palácio, pediu que lhe preparassem uma refeição e comeu.” (2 Sm 12.20) Com se diz, fica a dica!

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