“Aquele que não poupou a seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos dará juntamente com ele, e de graça, todas as coisas?” (Romanos 8.32)
Um dos pontos difíceis da fé cristã para nossa razão é a graça de Deus. Acostumados a funcionar segundo os princípios humanos em que “esmola demais o santo desconfia”, a graça nos parece muito louca. Porém, loucura é viver sem essa graça. A graça divina não foi de graça. Deus entregou Seu próprio Filho por todos nós. Jesus pagou a conta e estabeleceu a graça na história. Ele é a fonte primária da graça divina e Deus incluiu no regime da graça, juntamente com Cristo, todas as coisas. Por isso Paulo pergunta: “como não nos dará juntamente com ele, e de graça, todas as coisas?”
Essa pergunta é uma resposta a quem quer saber se pode ter esperança de receber bondade de Deus apesar de não merecê-la. Paulo está dizendo: “se Ele já nos deu Cristo, a suprema dádiva, sem merecermos, há alguma dádiva que não nos daria em razão de não merecermos?” Deus decidiu não nos tratar conforme merecemos, mas pela graça. Por isso é errado tentar trocar favores com Deus, agindo com segundas intenções, acreditando que podemos ter caminhos para merecer ou conquistar algo de Deus. Isso é um desvio e uma corrupção da fé cristã.
A graça é nossa única e verdadeira chance. Jamais poderemos alcançar algum merecimento que sirva de base para nossa relação com Deus. Isso não significa que podemos continuar agindo errado pois Deus nos abençoará de qualquer forma. Pensar isso é estar cego quanto a Deus e Sua graça. Pela graça somos curados, não ficamos do mesmo jeito, somos transformados. Pela graça Deus no recebe como somos e nos capacita para sermos santos. Gente que está se tornando a melhor versão de si mesmo, segundo o modelo personalizado de Deus para cada um de nos. Ser cristão é isso: viver sob esse bendito domínio da graça.