Sob cuidado constante

“Mesmo quando eu andar por um vale de trevas e morte, não temerei perigo algum, pois tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me protegem.” (Salmos 23.4)

A fé anunciada por Cristo, a fé no mesmo Deus em que Davi creu e que o inspirou a escrever o salmo que tem servido de base para nossa reflexão esta semana, é uma fé que não anuncia a anulação, o livramento de toda e qualquer dor. Ao contrário, ela anuncia que haverá dor. “Neste mundo vocês terão aflições.” (Jo 16.33), e desafios, pois será preciso negar nossa própria vontade e aceitar uma cruz (Lc 9.23). Palavras de Jesus. Eu não gosto de dores. Se pudesse jamais escolheria passar por algum lugar que me lembrasse um vale de trevas e morte. Mas como evita-los completamente? Não há como! O nosso mundo, o reino dos homens, é repleto de vales desse tipo. Deus nos amou e enviou Seu Filho que conheceu por experiência esses vales e muitas dores. Injustiça, desprezo, doença, traição, hipocrisia… a lista é interminável… e por fim morte.

Ser ovelha juntamente com Davi, ovelha do mesmo Pastor, do Senhor é que o Bom Pastor, nos abre caminho para atravessarmos todos esses vales tendo razão para não temer. A primeira notícia boa é que Ele estará sempre conosco. Mesmo quando não sentirmos que Ele está, mesmo quando não ouvirmos Sua voz, mesmo quando não percebemos qualquer de Seus movimentos. Sua presença sempre será protetora. A segunda boa notícia é que Ele sempre sabe como converter em bem o mal que levantou-se contra nós. Nossa fé firmada nele nos possibilitará, por fim, experimentar isso. A terceira boa notícia é que esses vales de trevas tem poder e duração limitados. Não será sempre assim. Neste mundo teremos aflições. Mas nossa vida com o nosso Pastor não terminará aqui. E mesmo aqui, com todos os vales escuros, ainda assim poderemos ser teimosamente felizes e cheio de vida, sentindo-nos seguros e em paz, porque Ele estará sempre conosco com Sua vara e Seu cajado.

E se é assim conosco, se estamos sob o cuidado constante do nosso Pastor, podemos ser generosos e nos ocupar um pouco dos que ignoram essa possibilidade, dos que estão sendo destruídos nas sobras dos vales deste mundo. Podemos aprender a ouvir e reconhecer gemidos, tantas vezes disfarçados em risadas, conversas sem propósito o ocultos na frenética correria por coisas. Podemos aprender a dar atenção adequada aos gemidos claros e constantes do que, sem ter e sem poder, seguem desfigurados por necessidades. Podemos praticar a bênção de estender a mão. Podemos fazer algo, dando a outros o que recebemos do nosso Pastor. Porque o Pastor conosco nos torna dádivas para estarmos com outros. E isso será mais um motivo de alegria e celebração. Não tenha medo. Seu Pastor está por perto.

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