“Reconheçam que ele é o nosso Deus.” (Salmos 100.3)
Esta é uma afirmação simples e as afirmações simples às vezes são as mais difíceis de serem completamente compreendidas, embora pareça o contrário. Normalmente não conseguimos ir muito além da superfície quando estamos diante de algumas delas, pois assumimos que já entendemos tudo. Sua simplicidade nos engana, ocultando de nós a sua profundidade. Quantas vezes já passamos por este salmo e lemos essa afirmação? Ela diz que devemos reconhecer Deus como nosso Deus. Mas é claro! Não é isso que já fazemos como cristãos? Parece ser óbvio que já atendemos ao que ela nos pede. Cantamos sobre Deus, ouvimos sermões dominicais, nossos livros cristãos sempre falam sobre isso e quando oramos, chamamos Deus de Deus e afirmamos coisas sobre Ele ser o nosso Senhor. À primeira vista estamos plenamente em dia com essa orientação das Escrituras. Mas será que isso é verdade? Realmente o temos reconhecido como o nosso Deus ou apenas e nos apropriamos de uma ideia? Crer que Ele é o nosso Deus é diferente de crer que Ele é Deus ou mesmo que é o único Deus verdadeiro!
Não posso falar por você, mas sinto que há algo mais para mim neste texto. Desconfio que ainda não o tenha vivido com devo e, especialmente, estou certo de que não o compreendi com a devida profundidade. A verdade que ele declara é simples – que devo reconhecer a Deus como o meu Deus – mas a vida que isso propõe ainda não a tenho vivido. Tenho alguma compreensão intelectual, mas sinto que me falta experiência vivencial. Neste aspecto, reconhecer Deus como o meu Deus se revela na minha submissão a Ele. Quanto mais submissão, mais o reconheço. Há ainda questões envolvendo confiança, dependência, obediência, devoção… Houve momentos na história dos israelitas que Deus questionou a fé deles. E não foram poucos! “O boi reconhece o seu dono, e o jumento conhece a manjedoura do seu proprietário, mas Israel nada sabe, o meu povo nada compreende” (Is 1.3). Reconhecer que Deus é o nosso Deus não acontece com simples palavras que possamos pronunciar. Envolve muito mais que isso. Envolve tanto que somente ajudados por Ele mesmo, instruídos por Seu Espírito, sustentados pela Graça de Cristo, experimentaremos.
Não o experimentaremos no templo. O reconhecimento de Deus como nosso Deus acontece e sempre acontecerá no calor da vida. Em meio às encruzilhadas envolvendo nossa vontade e o que acreditarmos ser a vontade de Deus. Entre a nossa vontade e o que Deus claramente já expressou como sendo a Sua. Em meio às nossas feridas, ressentimentos, magoas e cansaço. Quando afirmar a fé nos custe tempo, dinheiro e disser não a nós mesmos. Esta claro que a afirmação de hoje, embora simples, é bem profunda! Será no percurso da vida, nas mais diversas situações, das mais simples às mais complexas, que envolvem nosso tempo, recursos e relacionamentos que poderemos reconhecer, de verdade e não apenas na abstração de nossos pensamentos, que Ele é o nosso Deus. Somos fracos, precisamos de Sua graça para nos sair bem. Mesmo sendo fracos, podemos nos esforçar e procurar fazer melhor! Que hoje eu e você vivamos confirmando que Deus é o nosso Deus. Simples assim!