SIMPATIA

“Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade.” (João 1.14)

A muito tempo me encanto com este verso. Ele diz muito a mim, muito sobre o amor e a maneira como Deus decidiu intervir para nos redimir. Ele fala de uma atitude divina que revela simpatia. Simpatia vem do grego: “syn” (junto) + “pathos” (sentimento). Deus veio sentir nossa vida conosco para que soubéssemos de sua simpatia por nós. Simpatia pode parecer ao senso comum algo pequeno, mas não é. É uma das mais belas formas do amor se expressar. Somos uma sociedade narcisista e entendemos pouco de simpatia! Deus sabia exatamente toda a verdade sobre nossa condição humana antes de tornar-se carne e habitar entre nós. Mas não teríamos condições de saber isso, e então Ele veio e tornou-se como um de nós. Aquele que não poderia ser tocado tornou-se palpável. Aquele que não poderia ser visto, tornou-se visível. Aquele de quem não poderíamos nos aproximar, tornou-se próximo, comum, um de nós.

Nessa proximidade, nem todos viram o que João afirma que foi revelado por Ele. João diz que a glória de Cristo revelava ser Ele a manifestação do próprio Deus. Mas muitos não viram isso, pois suas ideias sobre Deus não combinavam com Jesus! Humildade, bondade, misericórdia, compreensão e, sobretudo, a atitude de um verdadeiro servo. Eles esperavam um Messias austero, distante “dos pecadores” e pronto para condena-los com vara de ferro! Jesus os confundiu. João diz que o Messias veio “cheio de graça e de verdade”. Eles esperavam que viesse cheio de poder e maravilhas. Isaías profetizou sobre o Messias: “Não gritará nem clamará, nem erguerá a voz nas ruas.” (Is 42.2). Estava escrito, mas muitos não conseguiram compreender. Jesus era passivo demais para eles. Calmo demais. Permissivo demais aos seus olhos. E isso os cegou para perceber a grande beleza do amor de Deus revelando-se como simpatia a nós!

Como cristãos e, portanto, filhos de Deus, precisamos amar por meio da simpatia, como o nosso Deus fez. Precisamos ser capazes de sentir da dor do outro, compreender a história do outro, as razões do outro. Somente após nos simpatizarmos é que poderemos agir de forma cristã. Sem nos simpatizarmos julgaremos, condenaremos, rejeitaremos, seremos inflexíveis. Temos comunhão com Deus porque Deus é simpático a nós. Ele não concorda conosco em muitas coisas, mas nos compreende e acolhe, aceitando-nos como somos, porque nos ama. E é por causa disso que podemos mudar e abandonar o que em nós não está de acordo com Sua vontade. Nossa santidade só é santa e agradável a Deus se resulta do encantamento com Sua simpatia. Ela é um retrato de Seu amor. Nosso chamado é para mostrar aos ouros, por nossas atitudes, como são as coisas no Reino de Deus!

 

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