Símbolo da arquitetura Art decó em Salvador pode ganhar título de Patrimônio da Bahia

Com sete andares, 121 salas e quatro lojas, formas dinâmicas e arredondadas, o Edifício Sulacap é representante ilustre da arquitetura Art déco em Salvador. A edificação foi inaugurada em 1946 e pode ganhar o título de Patrimônio Cultural da Bahia. O prédio está com tombamento provisório e o dossiê para o tombamento definitivo encontra-se no Conselho de Cultura (www.conselhodecultura.ba.gov.br). Se for tombado, o prédio passa a ter prioridade nas linhas públicas de financiamento. Na Bahia, uma delas são os Editais (http://goo.gl/fHKksh) com recursos para projetos, obras e restaurações. Os Editais do Estado 2016 reuniram R$ 30 milhões do Fundo de Cultura.

“É fundamental pensarmos na proteção para imóveis modernistas, Art déco, ecléticos ou neoclássicos, e não só para barrocos, como aplicado nos últimos 50 anos na Bahia”, afirma o diretor geral do IPAC, João Carlos de Oliveira. O IPAC é responsável pela política estadual de proteção aos bens culturais. Já o governo federal protege os bens de importância nacional, via IPHAN/MinC, e as Prefeituras atuam nos patrimônios de relevância regional.

Concebido pelos arquitetos Anton Floderer e Robert Prendice e instalado na esquina da Avenida Sete de Setembro com a Rua Carlos Gomes, em frente à Praça Castro Alves, o Sulacap tem características Art déco como composição simétrica e escalonamento (andares menores superpostos). “Promovemos ainda dossiês sobre os edifícios Caramuru (Comércio), Dourado (Graça), A Tarde (Praça Castro Alves), Oceania (Farol da Barra) e Hospital Aristides Maltez (Brotas)”, relata o dirigente do IPAC.

RELEVÂNCIA – “O Sulacap detém formas aerodinâmicas que remetem ao design industrial, aos transatlânticos, trens e automóveis, sugerindo velocidade, mais um item da modernidade urbana na arquitetura Déco”, exemplifica a arquiteta do IPAC, Lígia Larcher, autora do parecer para tombamento. “O Sulacap é relevante por sua estética e monumentalidade”, comenta a especialista.

“Temos no prédio o streamline, composição com linhas e planos verticais e horizontais, além de predomínio de vazios sobre cheios”, acrescenta Lígia. Streamline traduz-se por faixas horizontais na fachada. Internamente, os andares voltam-se para pátio adaptado ao terreno triangular. “Isso promove dilatação do espaço interno e favorece a percepção ambiental. O dinamismo da composição confere ao Sulacap uma modernidade Art déco”, diz Lígia Larcher.

ILUMINAÇÃO NATURAL – O empreendimento foi concebido como sucursal da Companhia Sulamérica de Capitalização, inaugurado com pompa na década de 1940. Depois, os locatários se diversificaram: médicos, dentistas e redes de lojas. Na década de 1960, o Sulacap abrigou a Gravações JS, onde Gilberto Gil produziu jingles, iniciando a sua fértil carreira musical.

O prédio ocupa cerca de 900m², com oito pavimentos e subsolo, totalizando 4.000m² de área construída. No alto do pátio interno, uma claraboia de vidro traz iluminação para saguão e corredores. Após análise do CEC, o processo de tombamento passa pela Secretaria de Cultura (SecultBA) e, depois, pelo Gabinete do Governador. Fique informado: www.ipac.ba.gov.br, facebook Ipacba Patrimônio, twitter @ipac_ba e instagram @ipac.patrimonio.

 


Assessoria de Comunicação – IPAC


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