Servir é seguir

“Quem me serve precisa seguir-me; e, onde estou, o meu servo também estará. Aquele que me serve, meu Pai o honrará.” (João 12.26)

Servir é seguirServir a Jesus é segui-lo, indo com Ele para onde Ele vai. Aqueles o servem serão honrados por Deus, o Pai. Começando pela honra anunciada por Jesus, creio que trata-se de, um dia, receber as boas vindas no Reino de Deus, num sentido escatológico. De ouvir “Entre! A casa é sua!” dito pelo Rei do Reino, Senhor dos senhores. Creio que há mais um aspecto nessa honra e diz respeito a ser aprovado por Deus, e não por seres humanos, e poder desfrutar paz, sentir-se realizado por participar dos propósitos de Deus para a vida humana; de compreender-se guardado por Aquele que jamais quebra promessas. Não creio trata-se de lucros materiais e nem mesmo de reconhecimento humano, necessariamente. Essas são coisas mais daqui do que de lá!

Jesus falou que servi-lo envolve segui-lo, indo para onde Ele está. Considerando sua encarnação, sua constante afirmação de que veio buscar os pecadores (Lc 5.22; Mc 2.17), seu envolvimento com as multidões e seu acolhimento gracioso a pessoas em sofrimento, e sua constante oferta de perdão, segui-lo, indo para onde Ele está, nos colocará na direção dos necessitados, sempre. Dos necessitados de vida verdadeira, graça, perdão e também de pão e justiça. Sem distinção de classe, de raça ou de conduta sexual. Nos enviará a toda gente para anunciar o amor e a misericórdia de Deus. Nos fará agentes da graça! Não faremos isso sem submetermos nossa vontade, nossas perspectivas e tudo mais ao Pai. A vontade do Pai foi o que guiou a vida de Jesus! (Jo 5.30). Para entrar no Reino, cantar ou dizer “Senhor, Senhor”, não basta (Mt 7.21).

As vezes me questiono se não substituímos Jesus pela igreja, pois facilmente partimos do pressuposto de que as coisas que a igreja faz são a obra de Deus. Chamas o templo de “casa de Deus” e dia em que nos reunimos nele de “dia do Senhor”. Por parâmetros como estes acreditamos que estamos bem como seguidores de Cristo. Mas não faz sentido sair-se bem na religião e mal nos relacionamentos. Não faz sentido obedecer as regras da igreja e faltar com o amor e a bondade para com o próximo. Seguir a Jesus não enrijece, ao contrário, nos faz samaritanos como o da parábola. É impossível “ver” a Deus e viver cego em relação ao próximo. É ilusão achar que servimos a Deus se não servimos uns aos outros. Que sigamos a Jesus e formemos igrejas guiadas pela vontade de Deus.

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