Servidores de diversos órgãos estaduais, integrantes da primeira turma do curso de Especialização em Mudanças Climáticas e Mercado de Carbono, participaram na última terça-feira (12), do Programa de Visitas Petrobras. O objetivo foi conhecer in loco um processo desenvolvido pela companhia: o sistema de injeção de CO2 (gás carbônico) alternado com água para recuperação do petróleo contido no reservatório do campo de Miranga, na Bacia do Recôncavo. O local é um dos principais campos de petróleo e gás da Bahia, e está localizado nos municípios de Catu e Pojuca.
O engenheiro da Petrobras, João Paulo Abreu, explicou para os convidados sobre o Núcleo Experimental, que funcionará como uma espécie de laboratório de testes de novas tecnologias, que poderão ser aplicadas em outros campos, em especial nas novas descobertas do Pré-Sal, uma vez que alguns dos reservatórios encontrados revelaram a presença de CO2 natural associado ao petróleo.
A técnica que será testada em Miranga baseia-se na injeção de CO2 a altas pressões. Além dos ganhos ambientais, o principal benefício do CO2 é permitir uma maior produção de óleo residual em relação à injeção de água. Nesse caso, o CO2 atua como uma espécie de solvente que altera as propriedades do petróleo e facilita o escoamento no sistema poroso da rocha-reservatório. O campo de Miranga foi escolhido para os testes devido às suas características geológicas e pela logística já disponível no local.
O coordenador do curso e professor da Universidade Salvador (Unifacs), Sérgio Bello, destacou os objetivos da visita. “É importante, pois oferece um aprofundamento prático para o que já foi visto, de forma teórica, durante o curso de Mudanças Climáticas, como a captura de carbono e recuperação avançada de óleo, numa aplicação prática industrial. Além disso, pudemos observar as medidas adotadas pela Petrobras para mitigação dos efeitos climáticos”, disse.
A coordenadora do Fórum Baiano de Mudanças Climáticas Globais e Biodiversidade da Sema e integrante do curso, Adriana Diniz, falou sobre a novidade da abordagem do tema. “Devemos entender na prática, como funciona esse sistema desenvolvido pela Petrobrás. Acredito que devemos atuar mais próximos junto à empresa para compreender e difundir essa nova tecnologia”, ressaltou.
Especialização – A primeira turma do curso de especialização em Mudanças Climáticas e Mercado de Carbono, que deverá ser finalizado ainda no primeiro semestre, conta com 35 servidores estaduais das Secretarias Estaduais de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), Indústria, Comércio e Mineração (Sicm), da Fazenda (Sefaz), da Administração (Saeb), Meio Ambiente (Sema) e Ministério Público.
O objetivo do curso é formar e qualificar servidores nas diversas Secretarias para que a variável climática seja incorporada em ações estratégicas do governo quando necessária. O curso é promovido pelo IMA, por meio da Diretoria de Estudos Avançados (Deama) e pela Coordenação de Inovação Ambiental (Inova), com a parceria da Unifacs.
Sérgio Bello garante que o curso de especialização foi bem sucedido e já pensa em abrir uma segunda turma. “Trouxemos os melhores especialistas do Brasil. Associado a isso, tivemos uma turma bem homogênea, com formação sólida na área, o que foi um diferencial. Os professores e a turma contribuiu muito para o sucesso do curso, cujo tema é de extrema relevância para os tempos atuais”.
Fonte: Ascom/Sema