Hamilton Farias de Lima, professor universitário
“Se a sua visão é para um ano, plante trigo; se a sua visão é para uma década, plante árvores; se a sua visão é para toda a vida, plante pessoas”. Provérbio chinês
As temáticas relativas à Educação são de riquezas incontestes ao tempo em que, também, são complexas e desafiadoras. Mas elas valem todo esforço pelo que, em si, representam para a sociedade inclusive para os que buscam percebê-las e traduzi-las, na forma e nos conteúdos apropriados, expressando via textos os seus mais variados significados.
Na ótica do educador Educação é vida e, como singela semente, ela significa oportunidade qualificada a ser cultivada na visão propiciadora da luz indicadora do conhecimento, tornando-se um dos instrumentos mais fecundos da transformação do ser, pela construção de sua consciência ética, dos seus valores e da participação social harmônica e integrada. Enorme é, portanto, o labor educacional na consecução desses propósitos!
Semear educação constitui-se especial dádiva delegada aos seus praticantes – ação mais que reconhecida socialmente -, por ser uma manifesta atividade de fins elevados, na perspectiva emancipadora do homem, tornando-o sujeito consciente no meio em que atua.
O semeador-educador, em certos termos, adota a metodologia daquele outro dedicado às lides do campo, desde o preparo da terra (ou do homem) à semeadura, aos tratos culturais ulteriores (oferta de estudos), visando uma colheita (formação) o que deixa, assim, antever condutas identitárias de atuação, em suas relevantes atividades para o bem social.
As duas semeaduras – através do amanho do solo e da educação -, são formas milenares de atuações, que a historia registra desde os tempos primevos, sempre em ambas com propósitos voltados para os dias futuros do homem, desde sua subsistência básica à formação intelectual e de valores, especialmente como perspectiva de um futuro melhor, pelos resultados adiante a serem alcançados.
Ao bom semeador incumbe ainda a tarefa da escolha cuidadosa das sementes e do seu uso para se atingir o objetivo traçado. Mesmo porque o que se colhe resulta do que se plantou, no entendimento de que existe uma relação de causa e efeito nas ações adotadas, permeada por senso moral, a advertir: “Quem semeia ventos, colhe tempestades”, como afirmado em adágio popular!
A boa educação estará sempre relacionada às “sementes” de conteúdos consistentes e será resultante daquelas cultivadas segundo a expertise indicadora do semeador/educador num plano pedagogicamente construído a serviço da formação do homem e, por extensão, da sociedade para o seu pleno e integrado desenvolvimento.
No quadro atual da sociedade brasileira, permeado por desvios na gestão pública e rico de incertezas para o seu desenvolvimento o mais harmônico e plural, as escolhas para um destino de grandezas e satisfação social estão atreladas às “sementes do amanhã”, meios indispensáveis a uma futura “colheita” que o Brasil vem, contínua e criticamente, apontando em todos os espaços de manifestação social.