Secura

Secura

Cai uma gota d’água, grande, gorda, fazendo um furo na terra e deixando uma placa, como se fosse uma cusparada. Cai sozinha. Nós esperamos que continuem caindo mais e buscamos com os olhos. Mas não tem mais nenhuma. Não chove.

Agora, quando se olha para o céu, o que se vê é a nuvem de aguaceiro correndo para muito longe, muito depressa. A gota, caída por engano, é engolida pela terra e desaparece em sua sede. Assim parece que será o Carnaval: muito calor e pouca chuva. Mas o Carnaval tem uma embriaguez doce, uma febre voluptuosa que faz a vida ganhar o dobro da intensidade. É uma corrente turbulenta contra a qual não se quer lutar; uma corrente diante da qual a única opção é se entregar. É vida que pulsa nas veias.

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