O secretário de Desenvolvimento e Integração Regional da Bahia, Wilson Brito, entregou no último sábado, 10, equipamentos que irão mudar a vida da pequena vila de pescadores do Corumbau, no município de Prado. O evento contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Prado, Alfredo Gonthier de Almeida, o Alfredinho, do vereador Artur Vieira de Medeiros (PSD), lideranças locais e regionais, além de dezenas de pescadores.
Wilson Brito entregou 60 freezers, 400 litros de alumínio, 41 baterias de 45 ampéres, 41 rádios de comunicação VHS e 40 sonares.
Para o secretário Wilson Brito, o projeto piloto, inédito na Bahia, muda a vida daquele que trabalha mais e ganha menos com a venda do pescado. “O pequeno pescador é que precisa de maior atenção, pois se encontra numa posição muito vulnerável e, assim, tem sérias dificuldades de levar seu produto ao mercado. Quando o faz, não é recompensado como deveria”, disse o secretário.
O secretário acrescentou que, hoje, os programas que atendem ao pescador atingem apenas aquele pescador que tem uma vida financeira equilibrada, aquele pescador que tem o calo na mão, aquele que mergulha para buscar a lagosta não é tão beneficiado por esses programas. “A nossa ideia foi equipar melhor o pequeno pescador para que, quando ele chegar do mar, tenha possibilidades de trabalhar melhor o preço do seu produto. Estamos realizando esse trabalho aqui no Corumbau e a ideia é espalhar esse projeto por todo o Estado da Bahia”, afirmou Wilson Brito.
Para Ramon Ferreira dos Santos, presidente da Associação Extrativista Marinha do Corumbau (AREMAC), essa foi “a melhor coisa que aconteceu em Corumbau até hoje, pois os pescadores não tinham onde guardar a pesca e tinham que vender o pescado muito rápido, a um preço muito baixo. A questão do rádio melhora muito a questão da segurança dos pescadores, sonar localiza pedras e cardumes, possibilitando que o pescador gaste menos tempo no mar e aumente a produção. Com essa iniciativa da SEDIR, através do secretário Wilson Brito, tudo muda para melhor. Podendo conservar melhor o peixe, vamos trabalhar melhor o mercado e vender o produto por um preço justo”.
Antes o pescador passava o pescado para atravessador, porque não tinha como armazenar, uma parte era vendida no comércio local, mas a grande parte do pescado era levada pelos atravessadores para Porto Seguro, Salvador e até para o exterior.
O camarão é o mercado forte de Corumbau. Para se ter uma ideia, um barco na época boa chega a tirar 250 kg de camarão por dia. Antes o produto era vendido a R$1,80 o kg. Com os freezers, o camarão pode ser conservado e vendido a R$5,00.
O peixe era comercializado a R$8,00, agora pode ser vendido a R$14,00. O camarão rosa era vendido por R$12,00 e, agora, pode chegar a R$20,00, um preço até menor que o praticado no centro de Prado e outros municípios como Alcobaça e Caravelas.
Para o pescador Lázaro Deocleciano, a chegada desses equipamentos irá ajudar a melhorar a qualidade de vida de todas as famílias que vivem da pesca. “Agora nós vamos conseguir vender melhor o nosso peixe e, assim, melhorar nossa vida e a dos nossos filhos. Comprar coisas para dentro de casa e ajudar nossas crianças a ter uma boa educação”, afirmou.
Fundada há mais de 1 década, a AREMAC possui 80 associados sendo cerca de 60 pescadores. Essa a primeira vez que a associação recebe algum benefício do governo do estado.
Fonte: Márcio Hack