Secretário de Educação exemplifica o reordenamento em Teixeira e esclarece dúvidas

Secretário de Educação exemplifica o reordenamento em Teixeira e esclarece dúvidas
Secretaria de Educação de Teixeira de Freitas. Fotos Wesley Morau/OSollo

A polêmica em torno do reordenamento de 11 escolas do município de Teixeira de Freitas continua, mas, ao que tudo indica, após a reunião de ontem à tarde, na Escola Municipal Professora Sandra Ferraz Rocha Souza, em que participaram membros do movimento Marcha pela Educação – formado por pais e professores contrários à medida – é possível que se comece a cessar as animosidades.

É sabido pela população que os órgãos representativos dos professores no município apoiam o reordenamento, previsto para ocorrer desde 2009, entretanto, no grupo contrário, que levanta a bandeira do não fechamento de escolas, surgem soluções, como transformação de algumas dessas escolas em tempo integral.

No sábado (2) haveria mobilização nas ruas do centro da Marcha pela educação, mas, segundo informações colhidas pelo OSollo junto a integrantes do grupo, a não liberação de um alvará impossibilitou a presença do trio elétrico, por isso, as poucas pessoas que compareceram optaram por se reunir em frente ao Shopping Teixeira Mall.

Secretário de Educação exemplifica o reordenamento em Teixeira e esclarece dúvidas
Movimento Marcha pela educação em recente sessão na Câmara Municipal

Embora alguns membros do movimento, ainda em organização, afirmem que a Secretaria de Educação não abre espaço para o diálogo com eles, o secretário de Educação, Hermon Freitas, em entrevista ao jornalismo d’OSollo, disse que as portas da sua secretaria sempre estiveram abertas, sempre divulgou o telefone 3011-0200 para tirar dúvidas, mas “Os pais manifestantes não vinham”. Todavia, após a última reunião, em que alguns compareceram, houve mudança de postura e já havia reunião marcada com membros da Marcha pelo Educação, “para que todas as dúvidas sejam tiradas”, conta Hermon.

Secretário de Educação exemplifica o reordenamento em Teixeira e esclarece dúvidas
Ao todo, os alunos de 11 escolas que funcionavam em prédios alugados serão realocados para outras unidades de ensino do município. Fotos Wesley Morau/OSollo

O reordenamento das escolas do município foi trabalhado desde o mês de maio, para tanto, houve avaliações e reuniões com a “APLB, que representa os professores, conselho municipal de educação, que representa os pais, a comunidade escolar, a equipe da Secretaria de Administração, para avaliar o impacto econômico, e a Secretaria de Educação, para avaliar o impacto pedagógico”.
O secretário explica que o reordenamento tem várias frentes, e não se trata de fechamento de escolas. “Há, por exemplo, o estudo de modalidades por escola, tem escola que tem modalidade única, será ou de 1º ao 5º, ou de 6º ao 9º ano”, o que é feito a fim de preservar a qualidade pedagógica da escola e a integridade física das crianças, não tendo as menores que conviver com as maiores.

Outro exemplo de reordenamento é o da Creche Irmã Dulce, onde tem uma quadra poliesportiva, desnecessária a crianças de 6 meses a 3 anos. “Estamos mudando as menores de 6 meses a 3 anos para a creche Jerusalém. As crianças do Infantil para o anexo do Alcenor, que vai virar escola infantil, e o anexo do Alcenor de 1º ao 5º  está indo para o Irmã Dulce”, explica Hermon, didaticamente, o reordenamento escolar em processo no município.

A medida permitirá, ainda, que locais como o Caminho do Mar, carente de escolas, seja beneficiado e tenha sua demanda atendida. Hermon pontua que é preciso entender que “há, sim, reclamações de pais que ficarão mais distantes, mas, há os que ficarão mais próximos. Que reordenar é dar oportunidade a estes que por anos sofreram com a distância, mas, não reclamaram. É uma troca”.

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Colégio Manoel Cardoso Neto recebe reformas após anos

A mudança afetará menos de 10 por cento dos 24.365 estudantes que há em Teixeira. O secretário garante que o reordenamento “não vai ser cancelado, mas, com as reuniões, estamos fazendo ajustes, adequando algumas coisas devido às demandas dos pais, dos munícipes”.

Hermon Freitas conta que, atualmente, a economia vive um momento delicado, e o atraso na medida favoreceu ao redimensionamento de problemas financeiros que atrapalham investimentos na educação local. Ele explica que todo o projeto pedagógico envolve condições econômicas, mas, hoje, Teixeira arrecada R$ 73 milhões no Fundeb e tem uma dívida de R$ 12 milhões só com folha de pagamento. “Não temos dinheiro para reformar escolas, equipar. Seria cômoda para nós não fazer nada. Mas, tudo que estamos fazendo é para preservar a educação no município. Temos 81 escolas. 35 prédios alugados, muitos com alugueis muito altos e sem espaço adequado”, fala, e prossegue, dentre escolas reordenadas, algumas, com 18 alunos em sala que, pelo Ministério da Educação, poderia ter de 25 a 40, “e uma sala, para pagar o salário do professor, tem que ter, no mínimo, 25 alunos”.

Sobre o visível uso do reordenamento como palanque político por grupos opositores à administração municipal, Hermon é taxativo: “Não estou aqui para causar alegria, estou avaliando tecnicamente a viabilidade da educação. Quero sorriso dos pais. Daqui dois, três anos, dizerem que o secretário tomou uma atitude dura, mas, que conseguiu garantir a continuidade da educação do município. Nosso compromisso é cortar sem comprometer qualidade pedagógica”.

Para o próximo ano, a prefeitura e a Secretaria de Educação busca viabilizar recursos para realizar reformas em várias escolas, ampliação, “vários projetos pedagógicos, campeonato escolar de várias modalidades, olimpíadas, ações com o Departamento de Cultura, que envolvem as crianças. Vamos criar um The Voice em Teixeira de Freitas pra os alunos, e muito mais”.

Para finalizar, o secretário de Educação deixa uma mensagem aos pais: “Que a luz do Natal possa acalmar o coração de vocês. Estamos fazendo a mudança é pelo futuro da educação, toda equipe tem a sensibilidade de sermos tocado em nossos corações para não prejudicar nenhum de vocês em nenhum momento. Nossa preocupação é preservar a educação com responsabilidade. Para isso, algumas decisões mais duras precisam ser tomadas, como qualquer pai, mãe costuma fazer na própria casa para poder garantir o bem-estar do filho. É pelo bem a educação”.

 

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