A Secretaria da Educação do Estado da Bahia realiza, até o dia 22 de julho, a Formação de Gestores das Escolas Estaduais do Campo, no Instituto Anísio Teixeira, em Salvador. A formação, que reúne 200 diretores, visa garantir uma gestão que atenda as especificidades da área de forma contextualizada, respeitando e valorizando a realidade dos sujeitos que vivem no campo.
Na programação, estão incluídas exposições, debates, oficinas, trabalhos em grupo e socialização de experiências exitosas da Educação do Campo na rede estadual, que abrange 718 unidades escolares nos 417 municípios. De acordo com Gilvandete Evangelista, coordenadora da Educação do Campo da Secretaria da Educação do Estado, a formação será dividida em três módulos, até 2017. “É uma formação com 120 horas, que envolve todos os Núcleos Regionais de Educação e que vai trabalhar, especificamente, com os princípios da Educação do Campo, para que os participantes possam se aprofundar da gestão a partir dessa perspectiva”, informa.
Além de participar da formação, Tiago Pereira da Costa, gestor da Escola Família Agrícola, localizada no município de Sobradinho, também vai compartilhar, nesta terça-feira (12/07), a proposta metodológica de educação contextualizada desenvolvida nas Escolas Famílias Agrícolas. “Essas escolas adotam a pedagogia da alternância, por meio da qual os estudantes ficam um tempo na escola e um tempo na comunidade. Ambos os tempos contribuem para o processo formativo dos estudantes”, informa Tiago, que também é diretor da Rede das Escolas Famílias Agrícolas do Semiárido.
Sobre a formação, Tiago Pereira afirma: “Acreditamos que esse processo formativo vai reunir o acúmulo de experiências, tanto da rede pública quanto de outras redes que desenvolvem educação, no sentido de construirmos arcabouços teóricos e práticos para que, cada vez mais, possamos fomentar esse modelo da educação”.
Maria de Fátima Silva, gestora do Colégio Estadual Lúcia Correia, no município de Ibipitanga, é responsável por seis anexos da unidade escolar de Educação do Campo. Ela afirma que a formação é essencial para lidar com os 831 estudantes da unidade e seus anexos. “O curso vai dar o suporte que a gente precisa para trabalhar com o aluno do campo. Eu não tenho uma formação do campo, e isso vai melhorar muito a relação com os alunos e com os diretores dos anexos”, relata.
Educação do Campo – Dentre as ações desenvolvidas na Educação do Campo, na Bahia está a implementação do Programa Nacional de Educação no Campo, por meio da Escola da Terra, em 17 municípios. Este programa tem como eixo central a formação continuada e o acompanhamento pedagógico aos professores das escolas do campo e quilombolas.
“A Secretaria da Educação vem envidando esforços no sentido de operacionalizar essa política pública. Tem trabalhado muito na perspectiva onde a escola é reflexo da comunidade, respeitando os sujeitos. Uma perspectiva que precisa estar totalmente aliada aos movimentos sociais, às entidades e aos organizamos que defendem, lutam e pesquisam a Educação do Campo”, pontua Givandete Evangelista.