“Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele.” (João 3.17)
Jesus veio com a missão de salvar. Os fariseus não entenderam isso, pois estavam treinados demais em condenar. E então estranharam o fato de Jesus estar sempre em companhia de publicanos e pecadores, como costumavam chamar os outros. Eles jamais compreenderam a missão de Jesus. Pensavam de si mesmos que estavam bem com Deus. Afinal, como bem ilustra a oração do fariseu na parábola de Jesus: “Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens: ladrões, corruptos, adúlteros; nem mesmo como este publicano.” (Lc 18.11), eles se achavam pessoas a parte das demais. Por isso mantinham distância, não se misturavam e estavam sempre julgando e condenado. Um contraste com o Cristo, o Messias, o Deus que se encarnou e viveu no meio das pessoas, sem condená-las.
As vezes me parece que nós, cristãos e, num sentido coletivo, a igreja, criamos uma cultura de segregação. Para conviver conosco é preciso aceitar ser como um nós e enquadrar-se. E esse “como um de nós” se define pelas muitas listas de como se vestir, se comportar, o que se pode e não se pode fazer. De certa forma, uma cultura que alimenta o julgamento e não o acolhimento. Compreendo que normas e regras tem o seu valor, mas entendo que não deveriam ser a alma, o centro, o aspecto definidor de nossa identidade como igreja e seguidores de Cristo. Creio que temos criado regras demais, medidas superficiais e infantis, e colocado tudo isso num lugar elevado demais. Precisamos ser mais como Jesus. Nossa missão é salvar e não condenar. Precisamos de mais graça e não de mais regras!
Precisamos crescer na compreensão de nossa missão! De nossa identidade! A justiça, a ética e a moralidade esperada de nós, seguidores de Cristo, não são o que nossa religiosidade tem produzido, que mais se assemelha a postura dos fariseus. Elas são de outra natureza, são construídas de dentro para fora e tem relação íntima com o amor. Na verdade são filhas do amor. São de um tipo que, quanto mais crescerem em nós, mais humildes, compreensivos e tolerantes com os outros nos tornaremos. Mais simpatia e empatia nos levarão a praticar. Os que seguem a Jesus jamais deveriam orar como o fariseu da parábola, e muito menos agir! Pensemos nisso. Deus enviou Seu Filho para salvar, não para condenar. Por isso fomos alcançados e assim devemos ir a outros!