‘Hora nenhuma ele discutiu’, diz cobrador sobre médico atropelado. Caso aconteceu na segunda-feira, em Lauro de Freitas, após ônibus bater no carro da vítima.
O cobrador do ônibus conduzido pelo motorista que atropelou um médico, além da irmã e esposa grávida dele, falou nesta sexta-feira (18) sobre o caso à TV Bahia. Segundo ele, que ainda vai prestar depoimento à polícia, não houve discussão entre as vítimas e o condutor antes do atropelamento. “Hora nenhuma ele [vítima] discutiu com o motorista”, disse o cobrador do ônibus. O crime aconteceu na segunda-feira (14), em Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador. O advogado das vítimas, Antônio Tanure, afirmou que o suspeito cometeu a ação depois que o médico tentou filmar uma batida em seu carro, que teria sido ocasionada pelo rodoviário.
O cobrador irá se apresentar à polícia para prestar esclarecimentos sobre o fato junto com um advogado da empresa, segundo conta.”Vou para a empresa me apresentar à advogada. Ele [motorista] deve ir hoje se apresentar com a advogada, na delegacia”, afirmou.
O delegado Joelson Reis, que investiga o caso, contou que o motorista deverá responder por três tentativas de homicídio, já que atingiu três pessoas. A previsão é de que ele e o cobrador sejam ouvidos pela polícia na terça-feira (22). “Ontem [quinta-feira] foi deixado um ofício na empresa solicitando a apresentação dele [motorista] no dia 22, às 14h. Se ele, por ventura, não vir, eu vou representar pela prisão do motorista”, relatou o delegado.
Nesta sexta-feira, 18, três testemunhas do caso foram ouvidas pela polícia e confirmaram a versão de que não houve motivo para a reação violenta do condutor. “Uma [testemunha] estava no carro, a babá da criança, outro é morador do local, mora em um prédio em frente de onde aconteceu, e outro estava passando no carro e viu toda a situação. Todas elas corroboraram com a investida do motorista”, explicou o delegado.
Empresa
A empresa proprietária do ônibus coletivo disse, em nota, que está prestando a devida assistência às vítimas. Segundo o documento, o motorista foi afastado de sua função. Confira abaixo a íntegra:
“A empresa Via Nova lamenta profundamente o acidente ocorrido na última segunda-feira (14/01), na Estrada do Coco, em Lauro de Freitas, e informa que, tão logo foi comunicada do fato, a diretoria determinou total assistência às vítimas e aos seus familiares.
A empresa também salienta que está à disposição das autoridades competentes para prestar as informações pertinentes, que o funcionário foi afastado e vai aguardar a conclusão do inquérito policial já instaurado.”
O delegado informou que as imagens do circuito interno do veículo foram solicitadas pela pólícia à empresa, que afirmou que elas serão liberadas nos próximos dias.
Para entender o caso
O médico ortopedista Raymundo Pereira da Silva Filho, sua esposa Nirlana Teixeira e a irmã do médico, a advogada Arli Patrícia Silva, foram atropelados pelo motorista na segunda-feira (14), em Lauro de Freitas.
De acordo com o advogado da família, Antônio Tanure, o atropelamento foi proposital. “Primeiro aconteceu um acidente de trânsito, o motorista de ônibus bateu no fundo do carro onde estavam o médico e a irmã dele. A esposa seguia em outro carro, logo à frente. Ela viu o acidente com o ônibus e decidiu descer, para apoiá-los. Eles resolveram fotografar o acidente para apresentar para a seguradora de veículos, quando o motorista do ônibus ficou irritado e acelerou para cima deles”, informou ao G1 o advogado.
Raymundo Pereira da Silva conseguiu salvar a mulher, que está grávida de sete meses, mas foi atingido e levado por uma equipe de socorristas para o Hospital Aliança, onde segue internado. A esposa teve escoriações leves, foi atendida no local do acidente, passou por exames, e ela e o bebê passam bem. Já a advogada Arli foi encaminhada para o Hospital Geral do Estado (HGE) e transferida para o Hospital Santa Isabel.Segundo o advogado da família, “Raymundo está internado em estado grave, na UTI. Ele sofreu fraturas na coluna, fratura exposta na perna e traumatismo cranioencefálico”.
Fonte: A Tarde