Sábado

 

Acordo de repente, a respiração entrecortada e o coração aos pulos, a boca seca. Não posso ficar deitado, a mente remoendo todas as oportunidades que eu posso aproveitar ou deixar passar, então me levantei. O dia se estende à minha frente, nem um minuto sequer ocupado. Hoje não quero ir a lugar nenhum, não quero ir até a academia. Quero ficar aqui, enfurnado no meu escritório lendo e escrevendo. Levantei muito cedo. Porém, a criatividade não vem, estou no meu inferno particular, com uma legião de dúvidas, como se fossem pequenos diabos cruéis, confundindo, sempre que tento seguir uma direção na escrita. Não dá para lutar com eles. Estão na minha mente. A familiaridade não está na minha cabeça., mas em meus ossos é uma memória muscular.
Lá fora, a imensidão da vida que segue, aqui dentro, a imensidão doce, triste, profunda e inacessível de minha alma.

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