Para quem tem piscina em casa ou no prédio, a orientação dos especialistas é colocar uma cerca com pelo menos de um metro de altura para evitar que a criança pequena entre na água sem a supervisão de um adulto.
Os afogamentos são a segunda causa de morte infantil por acidente no Brasil. E os riscos aumentam nessa época de férias.
Na segunda-feira (9), uma menina de 4 anos morreu afogada na piscina de um hotel na Costa do Sauípe, litoral norte da Bahia.
O corpo da menina chegou à cidade de Poá, na Grande São Paulo, na quarta-feira (11), para o velório. O enterro deve ser feito nesta quinta. A família está desesperada.
O corpo de Maria Eduarda, de 4 anos, foi velado durante toda a madrugada pelos parentes e amigos. A menina passava as férias com os pais em um hotel na Costa do Sauípe, litoral norte da Bahia. Segundo os pais, ela e o irmão brincavam a beira da piscina.
“Meu esposo estava sentado observando ela e o outro de 10 anos. Em um piscar de olhos, ela sumiu. Ele saiu para procurá-la e estava procurando, de repente o rapaz estava levantando ela da piscina, toda roxa e já tinha bebido bastante água. Um hóspede que prestou os primeiros socorros. Não tinha salva-vidas no local”, lamenta a mãe da menina, Dagmar Ribeiro.
Em nota, o hotel afirma que a menina foi socorrida por um salva-vidas, e que ele estava há 25 metros de distancia dela. Também diz que o profissional estava preparado para esse tipo de socorro e que ele passou por um curso de aperfeiçoamento no mês de abril.
No Brasil não existe legislação federal reconhecendo essa profissão. Há um projeto de lei tramitando no Congresso Nacional. O que regulamenta o trabalho são as leis estaduais e municipais, como as que existem em São Paulo. Elas determinam até a quantidade de salva-vidas.
Para piscina, por exemplo: “Para cada 300 metros quadrados, 2 salva-vidas. É um serviço de risco e não podemos trabalhar um só, isolado”, explica Rufino Rodrigues de Oliveira, presidente da associação dos salva-vidas de São Paulo.
De acordo com o Ministério da Saúde,mais de 1,1 mil crianças e adolescentes morreram em 2010 vítimas de afogamentos. É a segunda causa de morte infantil por acidente.
Para quem tem piscina em casa ou no prédio, a orientação dos especialistas é colocar uma cerca com pelo menos de um metro de altura para evitar que a criança pequena entre na água sem a supervisão de um adulto.
Ensinar a nadar, desde cedo, é outro jeito de prevenir, como faz Luciane com os filhos. “Quando você nadar em uma piscina funda, você não afoga”, diz um menino.
“Meu pai tem piscina em casa, tem piscina no prédio, até por receio que eles caíssem por algum descuido meu e não soubessem se virar nesse caso”, diz a advogada Luciane Adan.
É bom lembrar que os pais devem sempre estar ali, de olho. “Da mãe, do pai, ou de algum adulto. Senão pode afogar”, diz a menina Laura Viotti.
E, se isso acontecer, a recomendação é tentar manter a calma e chamar imediatamente os Bombeiros ou o Samu.
“Até o resgate chegar, se a criança está inconsciente, não está respirando, o que a pessoa pode fazer para ajudar? Massagem cardíaca. Coloca uma mão em cima da outra e começa a massagear a criança, aperta o tórax da criança na região do osso do externo, uma em seguida da outra até o resgate chegar”, explica a pediatra Ana Escobar.
A pediatra Ana Escobar não recomenda o uso de lonas sobre a piscina. As crianças, principalmente as menores, podem entrar na água por pequenas aberturas e ninguém percebe o que está acontecendo.
Fonte: Michelle Barros/Bom Dia Brasil