“O temor do Senhor é puro, e dura para sempre. As ordenanças do Senhor são verdadeiras, são todas elas justas.” (Salmos 19.9)
Quantas coisas em sua vida você consideraria conquistas que nada e nem ninguém poderia tirar de você? Você possui algo que não corre risco algum de perder, ou cujo valor jamais será afetado pela obsolescência tecnológica ou mesmo desgaste? Que bens em sua vida estão completamente seguros e a salvo, sendo fontes garantidas para seu bem estar e benefício? Alguns de nós temos reservas e bens adquiridos. Outros ainda estão a caminho. Mas nenhum de nós conquistou algo assim, com uma garantia tão absoluta. Tudo por aqui é frágil ao tempo e está sujeito a certo grau de incerteza. Já percebeu como no mundo moderno as coisas que compramos são feitas para não durar?! A palavra de ordem é consumir para a economia continuar girando. O consumo precisa ser constante para que tudo funcione em nosso modelo e por isso os produtos, ainda que chamados de “bens duráveis”, não durarão para sempre. E os “bens imóveis”, necessariamente, não ficarão com você para sempre. Assim como moveram-se de outras mãos para as suas, podem mover-se das suas ou de seus descendentes para outras. Mas, aquilo que edifica-se espiritualmente, orientado pelo temor do Senhor, durará para sempre!
Neste mundo passageiro o amor de Deus por nós incluiu a possibilidade de bens eternos! Ele interveio em nossa condição. Somos pecadores, mas Ele veio e nos ofereceu (e oferece) salvação e santificação. Vamos envelhecer e nosso corpo chegará ao limite, talvez mais rápido que os bens que temos. Isso se uma enfermidade não acelerar o processo, e a COVID-19 está aí para nos lembrar disso. O salmista já dizia, cerca de mil anos antes de Cristo: “Os anos de nossa vida chegam a setenta, ou a oitenta para os que têm mais vigor; entretanto, são anos difíceis e cheios de sofrimento, pois a vida passa depressa, e nós voamos!” (Sl 90.10) Mas em Cristo temos a promessa de vida eterna e riqueza celeste. Aqui, estamos sempre sujeitos a perder o que conquistamos. As riquezas terrenas são incertas e muito limitadas. O essencial para a paz e a felicidade, dinheiro algum pode comprar. São dádivas! Mas podemos aprender a acumular tesouros eternos. E Jesus nos deu uma orientação de investimento: “Acumulem para vocês tesouros no céu, onde a traça e a ferrugem não destroem, e onde os ladrões não roubam nem furtam.” (Mt 6.20)
Os tesouros nos céus são acumulados por nossa devoção a Deus, por uma vida debaixo do temor do Senhor. Pelas atitudes que temos em amor ao próximo. Nossas obras boas que exaltam e glorificam a Deus, e não a nós mesmos. É um investimento eterno que fazemos, na medida em que escolhemos diariamente viver em conexão com os propósitos de Deus e comprometidos com a missão de Deus. Acumulamos riquezas eternas quando partilhamos o Evangelho com pecadores como nós, para que conheçam a graça redentora. A riqueza eterna é herança dos humildades e não dos altivos, dos que radicalmente escolheram o amor e rejeitam o ódio. Dos servos e últimos, que pela perspectiva do Reino são, na verdade, os primeiros. Os que estão enriquecendo com riquezas eternas quase nunca são vistos como os grandes e importantes deste mundo. Eles estão entre os pobres de espírito, os que choram, os humildes, os que tem fome e sede de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os pacificadores, mas perseguidos por causa da justiça (Mt 5.3-11). Ser pobre aqui não é bom, mas não é uma tragédia. Tragédia é ser pobre espiritualmente. Somente os que temem ao Senhor podem discernir tudo isso, pois o temor do Senhor nos faz reconhecer o que dura para sempre!