Rios baianos apresentam resultados ruins em análise

Em 2011, as cidades de Jacobina, Catu, Canavieiras, Itamaraju, Prado e Caravelas tiveram seus principais corpos d’água monitorados.

Durante os meses de fevereiro e março deste ano, o caminhão do projeto “A Mata Atlântica é aqui – exposição itinerante do cidadão atuante”, da Fundação SOS Mata Atlântica, visitou seis cidades do estado da Bahia – Jacobina, Catu, Canavieiras, Itamaraju, Prado e Caravelas – para sensibilizar o público sobre conservação ambiental por meio de diversas atividades. A equipe da Fundação selecionou rios locais em cada município visitado, para análise de sua qualidade. No total, foram feitas sete coletas, mas nenhuma obteve resultado positivo.

Esta não é a primeira passagem do projeto pelo estado. Entre julho e agosto do ano passado, outras seis cidades foram visitadas: Teixeira de Freitas, Porto Seguro, Ilhéus, Vitória da Conquista, Salvador e Feira de Santana. Também foram analisados rios destes municípios, todos com resultados insatisfatórios.

Processo das análises
O monitoramento da água visa analisar a qualidade dos rios, córregos, lagos e outros corpos d’água em todas as cidades por onde passa o projeto. Para realizar essa análise, a equipe conta com um kit de monitoramento desenvolvido pelo Programa Rede das Águas, da própria ONG. O kit classifica a qualidade das águas em cinco diferentes níveis de pontuação: péssimo (de 14 a 20 pontos), ruim (de 21 a 26 pontos), regular (de 27 a 35 pontos), bom (de 36 a 40 pontos) e ótimo (acima de 40 pontos).

Os níveis de pontuação são compostos pelo Índice de Qualidade da Água (IQA), padrão definido no Brasil por resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA). O resultado é obtido com a soma da pontuação de 14 parâmetros físico-químicos, biológicos e de percepção, avaliados pela comunidade com auxílio do kit. Cada um desses parâmetros pode receber de um a três pontos, obtendo o mínimo de 14 e o máximo de 42 pontos. Os parâmetros são: temperatura, turbidez, espumas, lixo, odor, peixes, larvas e vermes brancos ou vermelhos, coliformes totais, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, potencial hidrogeniônico, níveis de nitrato e de fosfato.

Análises na Bahia
Em 2011, foram analisados os seguintes corpos d’água: Rio Itapicuruzinho e Rio Itapicuru Mirim, ambos em Jacobina; Rio Catu, na cidade de Catu; Rio Pardo, em Canavieiras; Rio Jucuruçu, com coleta de água em Itamaraju e Prado; e o Rio Caravelas, localizado em Caravelas.

Já em 2010, foram analisados: Rio Itanhém, em Teixeira de Freitas; Rio Buranhém, em Porto Seguro; Rio Cachoeira, em Ilhéus; Rio Verruga, em Vitória da Conquista; Rio Jaguaribe e Rio Pituaçu, ambos em Salvador e o Rio Jacuípe, na cidade de Feira de Santana.

Ao todo, foram realizadas 14 análises de água no estado. As que obtiveram o melhor resultado foram as do Rio Pituaçu, na capital baiana, e do Rio Jucuruçu, em Prado. Ambas somaram 32 pontos e foram classificadas no nível “regular”. O pior resultado ficou para o Rio Verruga, em Vitória da Conquista (BA), com 17 pontos, classificado no nível “péssimo”.

Segundo Malu Ribeiro, coordenadora do Programa Rede das Águas, esses resultados comprovam que os rios da Bahia estão cada vez mais comprometidos, mesmo nas regiões em que seriam esperadas boas condições. “A mobilização da sociedade é fundamental para a conservação da água, pois embora seja um recurso natural essencial à vida, ainda é tratada com descaso. Os índices de saneamento básico e de áreas de preservação permanente conservadas no país são muito baixos, o que reflete em ameaça à saúde da população. Queremos despertar nas pessoas o estado de alerta, o conhecimento e a vontade para a mudança de comportamento.”

Ela reforça que a população local poderia se envolver mais e formar grupos voltados a acompanhar a situação destes rios e, dessa forma, cobrar medidas adequadas das autoridades.

Confira os resultados:

Cidade Rio Ano Pontuação Nível
Salvador Rio Pituaçu 2010 32 pontos Regular*
Prado Rio Jucuruçu 2011 32 pontos Regular
Caravelas Rio Caravelas 2011 31 pontos Regular
Porto Seguro Rio Buranhém 2010 30 pontos Regular
Salvador Rio Jaguaribe 2010 30 pontos Regular
Canavieiras Rio Pardo 2011 30 pontos Regular
Itamaraju Rio Jucuruçu 2011 30 pontos Regular
Jacobina Rio Itapicuruzinho 2011 28 pontos Regular
Feira de Santana Rio Jacuípe 2010 27 pontos Regular
Teixeira de Freitas Rio Itanhém 2010 26 pontos Ruim
Ilhéus Rio Cachoeira 2010 26 pontos Ruim
Catu Rio Catu 2011 26 pontos Ruim
Jacobina Rio Itapicuru Mirim 2011 24 pontos Ruim
Vitória da Conquista Rio Verruga 2010 17 pontos Péssimo


*Regular – Anteriormente denominada como “aceitável”, a classificação referente aos níveis entre 27 e 35 pontos foi renomeada como “regular”.

Sobre a Fundação SOS Mata Atlântica
Criada em 1986, a Fundação SOS Mata Atlântica completa em 2011 seus 25 anos. É uma organização privada sem fins lucrativos, que tem como missão promover a conservação da diversidade biológica e cultural do Bioma Mata Atlântica e ecossistemas sob sua influência. Assim, estimula ações para o desenvolvimento sustentável, promove a educação e o conhecimento sobre a Mata Atlântica, mobiliza, capacita e incentiva o exercício da cidadania socioambiental. A Fundação desenvolve projetos de conservação ambiental, produção de dados, mapeamento e monitoramento da cobertura florestal do Bioma, campanhas, estratégias de ação na área de políticas públicas, programas de educação ambiental e restauração florestal, voluntariado, desenvolvimento sustentável, proteção e manejo de ecossistemas.

Fonte: Lead Comunicação

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