Rico e Pobre

Rico e Pobre

Se olharmos o mundo hoje, depois de Marx, que disse: “Você rico, eu pobre, permanecemos em classes diferentes”, é o que ele chama de “classe em si”. Aqui está a genialidade de Marx: ele diz que a produção de riqueza não acaba com as diferenças de classes, mas, na verdade, as agravará. Um século e meio depois, é indiscutível que ele viu corretamente.

Mas, nesse ponto, Marx se pergunta: se os ricos são poucos e os pobres são muitos, por que os ricos não são neutralizados ou eliminados? Se hoje no nosso planeta oito pessoas detêm uma riqueza igual à dividida por 3,5 bilhões de pobres, por que essa enorme massa não se apropria dos bens daqueles oito, pondo fim a tão enorme injustiça? Os ricos, para dizê-lo nas palavras de Voltaire, por que 2.498 aristocratas do século XVIII dividiam as riquezas da França inteira se os franceses eram 23 milhões ou mais? Marx disse: os ricos estão convencidos de seu direito de o serem e também sabem que seus interesses coincidem, então fazem lobby para defendê-los. Os pobres, por sua vez, introjetaram a ideia inculcada neles pelos ricos de que ser pobre não é injusto.

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