“Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste? Por que estás tão longe de salvar-me, tão longe dos meus gritos de angústia?” (Salmos 22.1)
Voltamos ao verso um. Repetindo a natureza, que muitas vezes observa ciclos, como por exemplo, as estações do ano, a sucessão de dias e noites, muitas vezes a vida nos levará a atravessar novamente situações e sentimentos indesejados. Depois de entender ou pelo menos aceitar o que nos perturbou sobre o modo como Deus escolheu agir a nosso respeito, pode ser que voltemos à antiga oração do salmista, sentindo-nos ressentidos com Deus por Ele nos frustrar, negando-nos a atitude que esperávamos que adotasse. Dependendo de como enfrentaremos cada crise, poderemos seguir em pelo menos três direções diferentes.
Podemos ir nos aprofundando no ceticismo, vendo nossa fé definhar até ao ponto de pensar que talvez aquilo em que tanto acreditávamos não passou de uma ilusão. Podemos tentar sublimar a dor e pensar que trata-se apenas de um ataque do Maligno (não que ele esteja ausente desses momentos) e negar a dor repreendendo-a como se fosse um espírito maligno. Podemos lidar com a crise, sentir a dor, expressá-la e orar sobre ela, como fez o salmista. É certo que Satanás pode sim nos atacar nesses momentos, mas devemos compreender que há noites escuras na vida e que diante delas nos sentimos perdidos, frustrados e podemos chegar a questionar Deus. Afinal, sempre esperamos que ele nos poupe e nos livre de tudo. Mas nem sempre Ele o faz.
O terceiro caminho é o melhor a seguir. E o seguiremos se firmarmos nossa fé na certeza de que somos amados. Se, apesar dos pesares, escolhermos crer que a morte de Jesus por nós foi a prova cabal do amor de Deus (Rm 5.8), não sendo necessária mais qualquer outra prova. Que mesmo que fique em silêncio, seu amor eterno já foi declarado. E ainda que nada faça, já fez tudo. Se nos firmamos nestas verdades, as lutas, crises ou dores que enfrentarmos nos farão mais crentes que céticos, mas doces que amargos. Amadureceremos para a fé e para a vida. Por isso mantenha-se pronto para os desafios da vida. Para as reviravoltas. Jamais duvide do amor de Deus. Se agir assim, independente do que venha a enfrentar, terminará sempre melhor do que começou.