No bairro da Graça, às sete e trinta da noite. Chego no horário, o prédio que minha mãe mora é perto do meu. Subo ao playgraus, onde acho já, alguns moradores presentes. Sabe-se já que alguns não virão. Ao fim de poucos instantes, sentados à mesa, lembrou-me Platão. Vi que a atual sindica tratava não menos que de criar também uma República, mas com fundamentos práticos e reais, pede procuração aos ausentes, quer se manter no cargo.
Muitos não querem sair de suas rotinas, deixar o Jornal Nacional ou a novela. Tanta gente que só vejo de passagem no elevador. Sinto-me como se estivesse a beira de um rio, mirando a superfície calma debaixo da qual se movem estranhas criaturas. Se as contemplarem por mais tempo, ainda serei a mesma pessoa?
Uma parte quer a saída da sindica terceirizada, pois o custo é alto e deixa a desejar, existem mais duas propostas de menor valor, ninguém quer ser síndico no prédio. Após duas horas com prestação de contas e dez procurações a sindica permaneceu. Tenho
certeza de que não foi um Felizes para Sempre para a maior dos presentes. Porque a luz que nos esclarece a razão é a que nos alumia a consciência