República, voto e cidadania

“Como é feliz a nação que tem o Senhor como Deus, o povo que ele escolheu para lhe pertencer!” (Salmos 33.12)

Em 15 de novembro de 1889 foi proclamada a República. As motivações dos que promoveram o golpe que derrubaria a monarquia foram múltiplas. Desde a insatisfação de escravocratas à aspiração de progressistas. Aqueles revoltados pelas perdas com a libertação dos escravos acontecida um ano antes, com a assinatura da Lei Aurea. E os outros ansiando por uma atualização da nação. A religião também participou: a relação entre o império e a igreja não ia bem. A América do Sul já era majoritariamente republicana e o Brasil se integrou à nova forma de ser nação. Foi um golpe de estado dado com o poder das forças armadas, sob a liderança simbólica de Marechal Deodoro da Fonseca, que vinha sendo um defensor da monarquista, diga-se de passagem!

A República Brasileira completa hoje 131 anos. Quando foi proclamada éramos, segundo estimativas, 14,3 milhões de brasileiros e certamente 99,9% se declarariam cristãos. Havia a Igreja Positivista do Brasil que expressava uma espiritualidade científica e diversas manifestações religiosas silenciadas, mais difícil de mensurar e constrangida para manter-se oculta. Hoje somos 211,7 milhões de brasileiros, sendo 31% de evangélicos e 81% de cristãos.
No aniversário da proclamação da república estamos indo às urnas. Desde 1889 foram muitas as lutas para que todos pudessem votar! Por isso, é um pecado contra a democracia exercer esse direito com descaso, pois custou a luta de muitos homens e mulheres. A partilha do poder é, sempre foi e sempre será conquistada por grande esforço e votar é um grande poder. Tendo esse direito, é importante considerar: o que nossos votos farão por nossa cidade? O que eles devem considerar? O que precisa mudar? Quem deve receber mais atenção e cuidado do poder público? Que causas são mais justas e prioritárias? São perguntas importantes e tocam também nossa espiritualidade e não apenas nossa cidadania.

Como cidadãos e cristãos precisamos amar mais nossos concidadãos e lutar para que todos tenham o direito de viverem com dignidade. Precisamos praticar e cobrar do poder público uma relação de respeito e cuidado com todos e especialmente com os mais vulneráveis. Devemos ser sal e luz, como Jesus nos manda ser. Devemos nos ocupar do interesse dos outros e não apenas dos nossos. Isso faz parte do Evangelho. Não devemos acomodar meios anti-cristãos como agressão, intolerância, desrespeito e violência na defesa do que cremos ser um valor cristão. Como cidadãos do Reino podemos e devemos ser melhores cidadãos para nossas cidades. Que haja mais justiça, oportunidades e segurança para todos. Que a presença de cristãos signifique a presença do Reino de Deus nas cidades. Vote com consciência e viva sua cidadania com o zelo de quem sabe que Deus ama cada morador de nossas cidades. Sim, Ele ama. Ama a todos. Sem exceção!

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