Relógio sem sol

Relógio sem sol

Julho. Está chuviscando abertura dos jogos Olímpicos de 2020 e o espetáculo dos 1.824 drones controlados remotamente por computador, uma tecnologia inovadora, com o estádio vazio. Eu preciso salvar alguns destes momentos para as minhas lembrança. Importante é agora essa imagem que se forma na lente mágica, transparente da minha memória como quando o papa abençoou a praça São Pedro vazia, no Vaticano, são momentos trazidos pela pandemia.

Existe no fundo de cada um de nós, é certo – um resto de sofrimento no meio desta beleza da abertura dos jogos, e basta as vezes um momento belo, mas soturno, para que esta tristeza vivida neste um ano e meio suba, se alargue como um nevoeiro, encha a alma, a sensação e a ideia, e fique assim o mais crítico e triste. Compreendi que toquei a carne viva de uma lembrança ainda viva no mundo.

Então, as luzes todas se acenderam, fazendo-se uma claridade. Os atletas começaram a se mover. Personagens com diferentes cores, diferentes bandeiras. Os momentos contém promessas de medalhas. Hoje Holanda e Brasil empatam jogaço em 3 a 3 e adiam definição nas Olimpíadas no futebol feminino. Marta e Ludmila fizeram os gols pela seleção brasileira, vida que segue, mas o que foi triste fica com toda a força. Mesmo que a gente tente apagar com outras coisas, certos momentos nem o tempo apaga, como este período histórico da pandemia.

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